Após anunciar a chegada do seu serviço 1P (vendido e entregue pela Amazon) no Brasil, a varejista digital de Jeff Bezos viu expansão impressionante no país.
Dados do Similarweb mostraram crescimento de 167% no tráfego de usuários em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2018. Foram 52 milhões de visitas, aumento de 30% na comparação com o mês anterior e o equivalente a 87% do nível do Magazine Luiza durante o seu mês de aniversário (setembro, quando faz várias promoções).
Em relatório divulgado nesta semana, analistas do Itaú BBA se dizem “impressionados” com o desempenho da Amazon no país, mas alertam para o que pode ser uma falsa sensação de expansão causada pelo efeito da novidade.
“Os dados de tráfego na web impressionam mais que os usuários ativos no app”, nota o analista Thiago Macruz, que assina o documento. O aplicativo teve 62.161 usuários ativos por dia no mês passado e foram realizados 0,6 milhão de downloads na loja de apps do Android, o que pode indicar “um custo alto de aquisição para o momento”.
Como o app brasileiro é similar ao dos EUA, faz sentido imaginar que a empresa busque resultados semelhantes àquele mercado entre os clientes daqui. Para isso, o BBA imagina que a empresa precisará investir muito em marketing – daí o “alto custo de aquisição”.
Pico
Dados semanais demonstram que o desempenho de janeiro pode ter sido fogo de palha. “Vimos tendências de declínio de tráfego nas semanas finais de janeiro, implicando que parte dessa surpresa positiva pode ter tido um componente temporário”, escreve o BBA.
Na visão dos especialistas, observa-se um “ganho claro de tração” para a empresa, mas não há dados que indiquem uma “completa revisão das tendências de vendas para seus competidores”.
O mercado tende a concordar que varejistas mais antigas no país têm grandes vantagens em termos de reconhecimento de marca, logística e experiência com as regras nacionais (incluindo tributárias).
Vale lembrar, ainda, que uma esperada aceleração na atividade econômica no país possivelmente trará crescimento para as varejistas em geral, o que também tende a diminuir um possível “efeito Amazon”. “O setor de varejo já demonstra uma recuperação com base nos dados mais recentes (novembro)”, diz um relatório de Altair Pereira, do Bradesco BBI.
Fonte: Infomoney