Plano é anunciar nova aquisição até o início de 2023
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A Lavoro pretende usar os US$ 225 milhões que levantará com a oferta de suas ações no mercado de capitais americano para intensificar sua expansão territorial. Segundo a projeção da companhia, uma das líderes no mercado brasileiro de distribuição de insumos agrícolas, ela terá 300 lojas na América Latina daqui a quatro anos, ou 55% a mais do que o número atual, de 193 revendas.
Com 153 lojas, o Brasil é a maior operação da Lavoro, que tem unidades também na Colômbia e no Uruguai, e continuará a ser o principal mercado, mas outros países entrarão na lista. Como parte de seu plano de ampliação da rede, a companhia identificou potenciais negócios no Chile e no Peru e já avalia também possíveis alternativas para entrar no Paraguai e no Equador.
“Nossa próxima aquisição não deve ser no Brasil, mas no exterior”, disse Ruy Cunha, o principal executivo da Lavoro, em entrevista coletiva nesta quinta-feira. A previsão, segundo ele, que assumiu o cargo em julho – mas que, do grupo de liderança, é um dos que têm mais tempo de casa (já são quase cinco anos) -, é fazer o anúncio do próximo acordo entre o fim deste ano e o início de 2023.
A expansão passa necessariamente pela compra de distribuidoras, mas não se restringe a isso, afirma o executivo. O aumento da rede da companhia também tem ocorrido com a abertura de lojas, de maneira orgânica. Em seus próximos passos no Brasil, a Lavoro pretende consolidar sua atuação em regiões em que ela já tem presença forte, como o Centro-Oeste, mas também avançar em outras. Nesse movimento, os Estados do Sul estão entre as prioridades.
Fôlego para consolidação
Todo o dinheiro que virá do mercado de capitais americano após a fusão com a TPB Acquisition Corporation, uma companhia de aquisição de propósito específico (ou SPAC, a sigla em inglês pela qual também são conhecidas as “empresas de cheque em branco”, criadas para acelerar o processo de entrada na bolsa de outras companhias), entrará no caixa da Lavoro. Isso dará a ela fôlego extra no processo de consolidação do segmento de distribuição de insumos agrícolas, que se intensificou nos últimos anos.
Em 2016, afirma Cunha, as vendas das dez maiores varejistas de insumos do país correspondiam a 20% do faturamento total do mercado. Hoje, a fatia está entre 38% e 39%. Para o executivo, isso demonstra, por um lado, que a série de fusões e aquisições nesse período, da qual a Lavoro tem sido uma das maiores protagonistas, não deu às líderes do mercado a hegemonia absoluta do segmento. “Mas, de qualquer forma, o mercado já mudou”, avalia.
Além do varejo, a empresa tem negócios ainda de produção de insumos biológicos e fertilizantes especiais. A companhia pretende usar parte do dinheiro que virá com o lançamento das ações nos EUA para fortalecer esse braço, que hoje responde por 5% a 6% do faturamento. “O mercado de biológicos é muito promissor e oferece boas margens”, diz Cunha.
Fonte: Valor Econômico