Em parceria com a paulista Semar, que tem 25 lojas, gigante quer aproveitar a recorrência de consumo de alimentos para vender seus produtos
Por Fernando Scheller
A gigante Magazine Luiza vem crescendo no e-commerce, mas sem esquecer de ampliar sua presença no varejo físico. Além do projeto de abrir mais de uma centena de lojas próprias em 2021, a companhia está colocando o pé no acelerador em outra vertente: a formação de parcerias para a abertura de quiosques em varejistas de outros setores.
Depois de uma primeira experiência, já finalizada, com o Carrefour – em que o Magalu assumiu a operação de venda de eletrodomésticos dentro de algumas unidades da gigante francesa –, o Magalu definiu um novo modelo: a abertura de quiosques dedicados à telefonia e à tecnologia, de porte menor, em redes que não têm operação de eletrônicos. A primeira parceria ocorreu com a Marisa, de moda, e já resultou em quiosques em 171 unidades. Agora, a empresa leva o projeto para o setor de alimentos.
Em parceria com a rede paulista Semar, que tem 25 lojas, a gigante quer aproveitar a recorrência de consumo do supermercado para vender seus produtos – além dos celulares e outros aparelhos em pronta entrega, o cliente poderá também fazer uma compra orientada de outros itens pelo site, recebendo via e-commerce.
Segundo Fabrício Garcia, vice-presidente de negócios do Magazine Luiza, trata-se de uma estratégia para dar capilaridade ao negócio – ou seja, para fazer com que o consumidor “esbarre” na marca em momento em que não espera. “É uma forma de expansão que não é tão cara e também uma forma de oferecer conveniência para o consumidor”, diz o executivo.
Segundo Garcia, depois do êxito da parceria com a Marisa, que ajudou a divulgar a marca no Rio de Janeiro, em especial, a empresa está aberta a novas parcerias, especialmente em locais onde tem presença restrita. A Semar, presente em 18 municípios, servirá a esse propósito. Por ora, o Magalu não tem lojas em cidades onde serão abertos quiosques, como Arujá, na Grande SP, e Bertioga, no litoral paulista.
Para Alberto Serrentino, especialista em varejo da consultoria Varese, trata-se de um bom negócio para ambas as partes. “Para o Magalu, é uma forma de conquistar clientes de forma barata – uma vez que o cliente vai muito mais ao supermercado do que a uma loja de eletrodomésticos”, diz.
Para as parceiras, afirma Serrentino, a proposição é vantajosa caso elas não tenham uma operação própria de eletrodomésticos ou eletrônicos. Isso porque, uma vez que o Magalu faz a venda em seu sistema, esse consumidor passa a fazer parte de sua cartela de clientes. É por isso, explica, que a parceria com o Carrefour não foi adiante.
Fonte: Estadão