O último ano foi o melhor para a Levi’s desde que a marca estreou no Brasil, em 1972. Seguindo uma onda de alta global, a icônica grife de jeans encerrou 2018 com 38% de crescimento nas vendas e 39% na rentabilidade. Apesar de um cenário adverso com greve dos caminhoneiros em maio, Copa do Mundo em junho e eleições em outubro, a valorização no País superou com folga o aumento da receita em 14% registrado pela companhia em todo o mundo, com lucro total de US$ 5,6 bilhões (R$ 21 bilhões).
Depois de alcançar o pico, a marca espera perder um pouco do fôlego em 2019. Segundo o diretor de negócios da Levi’s no Brasil, Rui Araújo Silva, a expectativa é agregar 16% nas vendas e 30% na rentabilidade no mercado nacional.
“Mesmo sendo menor que no ano passado, 16% ainda é um bom número, se levarmos em consideração que o mercado de jeans no Brasil não deve crescer mais que 3,5%”, afirma.
A Levi’s também prevê manter a média de expansão de pontos de venda dos últimos anos, passado das atuais 82 para 88 lojas até dezembro. Já as fábricas licenciadas para produzir os produtos da marca no País se manterão as mesmas 15 de 2018. Segundo Araújo Silva, o foco será em aumentar a produtividade de cada unidade.
“Agora será um crescimento orgânico. Elas produzem roupas e acessórios, como bonés, cintos e calçados. Ainda neste ano queremos lançar uma linha infantil, que também será produzida no Brasil”, diz.
A Levi Strauss Co., mantenedora da grife jeans, reabriu seu capital no mercado financeiro no dia 21 de março, depois de 34 anos. A companhia tinha previsão de arrecadar até US$ 8,7 bilhões (R$ 33 bilhões) e afirmou em prospecto que parte do valor seria investido na expansão da marca em mercados em desenvolvimento, principalmente no Brasil, China e Índia.
De acordo com o gestor no País, os reflexos do IPO não alterarão as projeções da companhia para este ano. “É um processo de maturação e de aceitação dos acionistas que compraram as ações. Temos que acompanhar a curva do valor e ver o nível prático que isso terá”, afirma, estimando que os reflexos da abertura do capital poderão ser sentidas a partir do segundo semestre de 2020.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, a expansão da grife no mercado nacional depende da aceitação das novas gerações a marca centenária.
“Há um desafio de construir um posicionamento com valor diferenciado. O mercado de jeans no Brasil é muito forte e eu vejo muitas oportunidades de crescimento”, afirma.
Fonte: IstoÉ Dinheiro