O sistema de franquia é um dos modelos mais revolucionários de negócio, mas é também cheio de desafios. E de dissabores, que podem atingir tanto franqueados, como franqueadores – mesmo os mais famosos. Que o diga o talentoso e multimídiatico Jamie Oliver: conforme notícia que passou desapercebida no Brasil, o chef-celebridade inglês teve que recomprar suas franquias de restaurantes na Austrália, após o fracasso da operação local.
Oliver fez sociedade com um grupo investidor australiano chamado Keystone, franqueando a sua marca de restaurantes Jamie’s Italian. Abriram unidades em várias cidades, mas os resultados não apareceram, fazendo o grupo local entrar em dificuldades financeiras.Para evitar maiores desgastes a sua marca, o carismático chef teve que pegar dinheiro emprestado para cobrir as dívidas de 80 milhões de dólares australianos (aproximadamente R$ 198 milhões), pagar as dívidas e assim assumir a própria operação.
Conforme jornais locais, Jamie agora está avaliando se vende a operação completa de 6 restaurantes (Sydney, Parramatta, Perth, Canberra, Brisbane e Adelaide) para outro grupo investidor, ou se vai vender os restaurantes individualmente para recuperar o dinheiro.
Jamie Oliver tem 42 restaurantes na Inglaterra e 25 espalhados no mundo, incluindo um no Brasil. Um detalhe curioso: a empresa detentora da dívida dos restaurantes Jamie’s Italian na Austrália é um famoso grupo de investimentos de Wall Street chamado KKR, que nesta semana está também nas manchetes econômicas do Brasil por seu envolvimento num negócio mal sucedido com a família Nitzan e a empresa Aceco, que soma prejuízo de R$ 1,5 bilhões e acusações de desvios de dinheiro e suspeitas de envolvimento na operação lava jato. Prova de que o mundo dos negócios não é fácil para ninguém. Nem para as celebridades.