Howard Schultz cresceu em uma casa popular subsidiada pelo governo ao lado de pessoas de origens diversas
Howard Schultz, CEO da Starbucks, passou sua infância em uma casa popular subsidiada pelo governo no Brooklyn, Nova York. Cresceu, diz, vivendo imerso em uma comunidade com origens diversas, com pessoas de diferentes perspectivas, o que lhe permitiu construir uma visão de mundo muito particular. Em entrevista à CNN Money, Schultz diz que passar sua infância desta forma foi fundamental para que ele construísse seus valores, sua noção própria de sucesso e do que vale na vida.
“Minha experiência de vida foi bem diferente, crescendo nesse caldo cultural em Canarsie, no Brooklyn”, disse. “Todos nós tentávamos percorrer a caminhada rumo ao sonho americano mas para todas as famílias essa luta se dava da mesma forma, era igualmente difícil”. Foi então que ele entendeu que todo mundo desejava subir na sociedade e ter uma vida melhor. “Eu me lembro que queria muito sair de Brooklyn pois lá não conseguia ter coisas que já estavam disponíveis para outras pessoas”, disse.
Schultz, que deixa o cargo de CEO da gigante rede de café em abril deste ano, acabaria saindo do bairro ao receber uma bolsa de atleta para jogar futebol e estudar na Northern Michigan University. Mudou-se, estudou, conheceu outros cenários e foi trabalhar. Em 1983, fez uma viagem para a Itália que mudaria sua vida para sempre, conta à CNN Money.
“Andar por Milão, Roma e Verona, e ver ali os cafés que eram tão próximos aos clientes foi transformador. Eu tive essa epifania do que era ter aquele senso de comunidade – tendo, agora, o café como o produto que ligasse todos. Na hora, pensei: há oportunidade de fazer algo parecido nos Estados Unidos”, disse. Schultz voltou e sugeriu a ideia aos diretores da Starbucks, empresa que trabalhava na época. A ideia foi rejeitada. Ele saiu de lá para fundar a sua própria rede de café após muitas dificuldades e negativas. Até que, vejam bem, no final dos anos 80 comprou a marca Starbucks.
O empreendedor bilionário diz que sua habilidade de ultrapassar barreiras socioeconômicas – e construir um império de negócios – é devida ao seu país de origem. “O sonho americano, que alimenta as oportunidades para empreendedores, que me deu esta oportunidade”, disse.