A afirmação não é minha, mas do próprio designer global da marca, Marcus Engman, em entrevista à edição britânica da Reader’s Digest: “We’re world champions in making mistakes.”
E não é para menos: apenas na matéria citada é possível identificar 5 grandes equívocos recentes da grife sueca de móveis:
. Em 2011, a rede tentou lançar sua linha própria de TVs mas fracassou rapidamente;
. Em 2012, apagou imagens de mulheres de seu catálogo na Arábia Saudita e foi alvo de protestos;
. Em 2013, removeu um casal de lésbicas de seu catálogo na Rússia e envolveu-se numa enorme polêmica;
. Em 2014, ao inaugurar uma loja na Coreia do Sul, revoltou a população ao chamar o oceano da região de “Mar do Japão”, enquanto os sul coreanos, por uma questão de soberania, preferem “Mar do Leste”;
. Ainda hoje, 2017, alguns produtos são tão difíceis para os consumidores montarem que, até internamente, são conhecidos como “husbands killers”.
E como a Ikea lida com estes tropeços? Demitindo e punindo a equipe? Nada disso. Mas como aprendizado. É assim que pensa o fundador da empresa, Ingvar Kamprad: “Making mistakes is the privilege of the active. It is always the mediocre people who are negative, who spend their time proving that they are not wrong.”
Talvez por ter esta visão lúcida e moderna que a marca esteja conquistando o mundo. Já está presente em mais países que Walmart e Carrefour. Só na China, possui 6 lojas que figuram entre as mais lucrativas da rede. E há planos para inaugurar novas unidades na Índia, em Marrocos e – veja você – também no Brasil. Em 2016, a empresa faturou 37,6 bilhões de dólares. E a meta para 2020 é chegar a 50 bi. Como? Talvez cometendo mais erros. É como Engman finaliza o artigo: “We’re world champions in making mistakes. But we’re really good at correcting them.”
Fonte: Exame