A Riachuelo, uma das maiores varejistas de moda do Brasil, encerrou o primeiro trimestre do ano com queda de 3,1% nas chamadas “vendas em mesmas lojas” – os pontos de venda abertos há mais de um ano. Ao final de março, a empresa contava com 45% de sua área de vendas com idade entre um e cinco anos.
Os números foram divulgados em meio aos resultados da Guararapes Confecções, controladora da rede; assim como de fábricas no Rio Grande do Norte e no Ceará, do shopping Midway Mall, em Natal, e da Midway Financeira. O lucro líquido consolidado do grupo apresentou queda de 87%, passando de R$ 84,9 milhões no primeiro trimestre de 2015, para R$11,1 milhões neste ano.
Com relação às vendas, texto de apresentação dos resultados do grupo afirma que “o elevado patamar de demarcações durante janeiro e início de fevereiro, a deterioração do cenário macroeconômico e o baixo desempenho do setor prejudicaram a performance no trimestre”. “Porém, a Companhia se manteve empenhada na manutenção da melhora do nível de estoque em patamares inferiores ao de 2013 (em dias de estoque) que continuaram contribuindo de forma positiva para a melhora significativa do ciclo financeiro e geração de caixa do grupo”, acrescentou.
De acordo com o comunicado, além da redução do nível de estoque, contribuíram para essa melhora o aumento dos prazos de pagamento junto aos fornecedores nacionais e internacionais e a redução dos volumes de empréstimo pessoal e de cartões bandeira concedidos aos clientes.
A receita líquida de mercadorias totalizou R$ 820,6 milhões no primeiro trimestre, 4,0% maior que os R$ 788,8 milhões registrados no mesmo período de 2015. Já as despesas operacionais totalizaram R$ 88,7 milhões, valor 30,8% acima dos R$ 67,8 milhões apurados no primeiro trimestre de 2015.
“O aumento das despesas operacionais da Midway Financeira apresentado no período é reflexo, principalmente, do crescimento das despesas com as assessorias de cobrança com o intuito de melhorar a recuperação dos créditos vencidos”, informou o grupo. Executivos do grupo farão teleconferência na próxima terça-feira (17), para comentar os resultados.
Ritmo
Em março, o presidente da Riachuelo e vice-presidente da Guararapes, Flávio Rocha, anunciou que o cenário econômico desfavorável diminuiu o ritmo de expansão da rede varejista, que chegou a inaugurar mais de 40 pontos de venda ao ano em 2013 e 2014, mas em 2015 não passou de 28. Para este ano, a expectativa é abrir mais 15 – um número que poderá ser revisto “de acordo com as circunstâncias do mercado”. Também há planos de reformas. “Vamos ter ao menos 15 reformas importantes este ano devido ao ganho de competitividade desses projetos”, disse Rocha.
Também em 2016 o e-commerce da rede deverá dar os primeiros passos para começar a funcionar. A loja virtual deve ser lançada em novembro exclusivamente para colaboradores do grupo, num ambiente de testes. A estreia oficial é prevista para o início do ano que vem. A história da Guararapes começou em 1947, quando os irmãos Nevaldo e Newton Rocha abriram sua primeira loja de roupas em Natal.
Produção
No primeiro trimestre de 2016, a Guararapes produziu 9 milhões de peças de vestuário, ante 10,1 milhões de itens registrados no mesmo período de 2015. A redução foi de 10,89%. Os produtos Guararapes representaram 25,6% da venda total da Riachuelo neste primeiro trimestre. “Vale destacar que o atual patamar de participação de produtos Guararapes está contemplado no planejamento da Companhia uma vez que a operação de varejo cresce em um ritmo maior que a capacidade de produção do grupo. Além disso, a capacidade de produção da Guararapes está, cada vez mais, sendo utilizada para a produção de itens modais, de maior valor agregado”, informou a companhia. Parte da produção vendida nas lojas é trazida da Ásia. Uma parcela também passou a ser importada do Paraguai.