Manter um e-commerce rentável por décadas. Eis o sonho de milhares de donos de lojas virtuais – sonho que, muitas vezes, não dura quatro anos. Segundo pesquisa do IBGE, é por esse período que 50% das empresas brasileiras sobrevivem, enquanto 29% dos negócios online morrem por falta de dinheiro.
Na opinião de Jean Makdissi, CEO da IntimaStore.com, apesar do cenário negativo, o empreendedor tem boas chances de ganhar espaço no mercado e alcançar a tão buscada longevidade. Basta, para isso, planejar todos os detalhes de um e-commerce – e não são poucos.
Filho de um empresário libanês nato, o varejista acredita que o comércio eletrônico precisa “voltar às origens” e pensar no principal: vender. “O mais importante não mudou, o comércio continua o mesmo. O e-commerce precisa se afastar desse monte de termos em inglês e lembrar que são apenas comerciantes”, opinou.
Confira algumas dicas que o CEO deu durante a sua palestra “Como estruturar uma pequena loja online para ter longevidade e rentabilidade”, no Congresso E-Commerce Brasil Inteligência Competitiva:
Rentabilidade
Segundo ele, o faturamento é influenciado por uma série de fatores, entre eles o ROI, a taxa de conversão e, principalmente, a conquista de audiência qualificada, ou seja, realmente interessada nos seus produtos. “O problema é que o e-commerce está em um lugar que ninguém passa. É um ponto de venda ruim”, disse, comparando a internet às lojas físicas.
Para conquistar público, ele elencou três principais maneiras de levar os internautas ao “ponto online”: direta, orgânica e paga. No caso do tráfego direto, quem mantém loja física pode se beneficiar do público já existente. Já no caso dos acessos orgânicos, o varejista de primeira viagem (e os lobos velhos) precisa se preocupar com o SEO do site. “Tudo o que fizermos no SEO nós incorporamos à empresa. É um investimento muito válido.”
Apesar de importante, ambas as estratégias têm limites na captação de clientes. Por isso, o CEO sugere a utilização de tráfego pago, mas com muito cuidado e planejamento. “Antes, o clique custava dez centavos. Hoje, se o gasto for de um real, já ficamos felizes”, explicou. “Os custos e os investimentos se multiplicaram. Isso exige muita atenção, porque o custo é tão alto que, se não conquistar audiência qualificada, você está rasgando dinheiro. Simples assim”, adicionou.
Outro detalhe é a possibilidade de entrar em um marketplace. Segundo Jean, o lojista precisa se preocupar se realmente é necessário aderir a uma plataforma. Segundo ele, para quem está começando, o marketplace pode ser uma forma de testar produtos e ganhar musculatura antes de apostar no próprio site.
Atendimento
“No e-commerce, tudo é atendimento. Você captou audiência, o cliente entrou no site, achou o produto, comprou, recebeu antes do prazo, gostou da caixa, mas o item chegou amassado. Você acabou de arruinar a jornada do consumidor”, resumiu o CEO.
Gerir corretamente a cadeira de supply é uma das formas de não cometer erros como esses, assum como a eficiência das trocas. “A troca é um detalhe que demonstra até um pouco da índole da empresa. Tem dificuldade para trocar, mas na hora de vender foi fácil”, comentou. Responder rapidamente reclamações e agir de maneira ágil também é um cuidado que precisa ser tomado para não prejudicar a marca.
Usabilidade
Não descanse na hora de aplicar a UX (User Experience) – entre na própria página para analisar criticamente o e-commerce, faça testes A/B, preste atenção à transparência dos processos e passe segurança verdadeira ao cliente.
Quem tem loja física deve incluir o endereço da unidade. Se não, há selos de credibilidade (segurança, pagamento), inclusive grátis, para transmitir mais confiança aos consumidores.
Fonte: E-Commerce Brasil