Por Estanis Bassols* | Você é como a maioria dos brasileiros, provavelmente não carrega notas de R$ 10, R$ 20 ou R$ 50 no bolso há tempos. A pesquisa “Hábitos do Varejo”, da Cielo e Expertise/Opinion Box, mostra que 80% dos estabelecimentos comerciais notaram uma redução nos pagamentos em dinheiro. Por outro lado, o smartphone está sempre pronto para um Pix, e o cartão é companheiro constante, muitas vezes na carteira digital do celular.
Essa é uma jornada de evolução contínua: a última fronteira tecnológica rapidamente se torna trivial, e a próxima inovação está sempre a um passo de acontecer. Um exemplo claro é o Pix, que, em menos de quatro anos, passou de uma novidade a parte essencial do cotidiano de empresas e pessoas.
A tecnologia do Pix foi rapidamente integrada a todo o ecossistema de pagamentos digitais: maquininhas, links de pagamento, soluções de e-commerce, e até no WhatsApp, facilitando a conciliação financeira e apresentando um dos meios preferidos dos brasileiros. Isso reflete dois movimentos importantes: o avanço das soluções tecnológicas e a mudança de hábitos dos consumidores, que preferem pagamentos digitais, instantâneos e sem fricção.
Segundo a FGVcia, o Brasil já possui uma média de 2,2 dispositivos digitais por habitante. Vivemos rodeados por telas, que se tornam o caminho mais prático para realizar pagamentos, exigindo novas tecnologias para um ecossistema de negócios fluido.
Mas o que nós, brasileiros e brasileiras, que estamos entre os maiores usuários das redes sociais e com mais smartphones que o número da população, podemos esperar de novo das transações digitais?
A agilidade de uma nova geração de pagamentos
Os pagamentos invisíveis e instantâneos estão ganhando força, trazendo ainda mais rapidez, comodidade e segurança nas jornadas de compra.
E, de novo, os dados não me deixam mentir: de acordo com outro estudo realizado pela Cielo e Expertise/Opinion Box, “O Futuro dos Pagamentos”, 93% dos varejistas acreditam que pagamentos biométricos irão se popularizar ainda mais nos próximos 10 anos, e 81% consideram que são mais seguros que os meios mais populares.
Isso porque o processo de pagamento, de forma geral, está totalmente integrado na experiência de compra, seja de produtos ou serviços, de forma automática e em segundo plano, sem que os clientes precisem realizar qualquer tipo de ação extra, o que torna os processos de pagamento muito mais convenientes.
Tecnologias como IoT e rastreamento viabilizam pagamentos invisíveis impressionantes. Na China, o uso da palma da mão como identificação biométrica para pagamento já é realidade, sendo implementado pela Amazon com o sistema Amazon One. O reconhecimento facial, que conecta compras a um meio de pagamento cadastrado, também já é usado.
Pagamentos invisíveis, instantâneos têm o potencial de transformar a dinâmica das lojas físicas, aumentando a conveniência ao eliminar filas e permitindo que os funcionários se concentrem em ajudar os clientes a fazer a melhor escolha, diferenciando o negócio.
Eles são a proposta com alto potencial de penetração no comércio graças à receptividade do consumidor nativo digital de fácil adaptabilidade e aos recursos de proteção de dados ainda mais aprimorados.
Essas tecnologias sempre representam oportunidades de oferecer experiências ainda mais interessantes para encantar os clientes, sempre em busca de novidades, e transformar o varejo em um hub de soluções e serviços, que integra canais físicos e digitais e apresenta inovações que facilitam a vida de ambos os lados.
O que não muda em todo o processo é a tríade de uma experiência excelente: ubiquidade: estar presente em todos os lugares; segurança: garantir que um valor é pago e recebido sem intercorrências e simplicidade: interface de uso sem complicações. Seguramente, o varejo já está preparado para essa nova onda.
*Por Estanis Bassols, CEO da Cielo
Fonte: Época Negócios