Por Carlos Sambrana | Não é novidade no mercado que o Grupo Casas Bahia tem passado por um amplo processo de reestruturação desde que Renato Franklin assumiu como CEO em maio do ano passado. E Franklin, ao contrário de executivos que tentam “dourar a pílula”, sabe e não esconde a dificuldade do trabalho que tem pela frente.
“Chamamos essa reestruturação de back to basics, que é voltar para o básico, que é o varejo e o crediário”, diz Franklin em entrevista ao É Negócio, parceria entre o NeoFeed e a CNN Brasil, que vai ao ar as 20h45, no domingo 7 de abril, na televisão e em todas as plataformas da CNN Brasil.
O plano de reestruturação ainda está em andamento. “Estamos 35% do plano”, afirma Franklin. Esse plano inclui fechamentos de lojas e centros de distribuição; a saída de negócios que não eram core, como o banco digital; a diminuição do quadro de funcionários, a redução de estoques de R$ 2 bilhões e até a mudança de nome, de Via para Grupo Casas Bahia.
Mas um dos principais pontos do plano era a renegociação de dívidas bancárias – o que foi feito recentemente, alongando os prazos de pagamento com os bancos. “A companhia ficava muito pressionada gerando uma percepção de risco exagerada no mercado de capitais em geral”, diz Franklin. “O mercado ainda precifica um pouco esse risco.”
O executivo diz que fechou o ano de 2023 com altos gastos de reestruturação e que 2024 apresentará um balanço mais limpo. “Essa reestruturação é cara. O payback varia de 6 a 18 meses”, diz Franklin. “Vamos entrar no segundo semestre com a companhia mais próxima do que desejamos e, em 2025, voltaremos a crescer.”
Nos planos de crescimento do Grupo Casas Bahia, hoje com mais de 1,1 mil lojas, está a abertura de 200 unidades depois que a reestruturação for concluída. “A gente tinha mais ou menos 50% de vendas online e 50% lojas físicas. Com a reorganização, a gente foi para 60% lojas físicas e 40% online”, diz Franklin.
Sobre a abertura de novas lojas, Franklin diz que o grupo tem um market share alto no Sudeste, mas em outras regiões do País ainda há muito espaço para crescer. Na entrevista, o executivo fala também da competição com outras plataformas, o mercado paralelo de celulares, do erro que cometeu e muito mais.
Fonte: Neofeed