A Decathlon quer usar sua loja recém-inaugurada em São Paulo, com 4.000 metros quadrados, 7.000 produtos de 65 modalidades esportivas, para usar um novo modelo.
A aposta, na maior unidade da empresa no país, está em oferecer produtos esportivos, e não mais de lazer, e deixar que clientes testem o mostruário, que inclui itens diversificados de artigos para escalada à equitação.
Na nova unidade, na marginal Tietê, há áreas de simulação, como quadra de areia para testar itens do vôlei de praia, e piscina, para criar o ambiente de laguinho próprio à prática do stand-up.
“Trocamos as blusas de algodão por camisetas de corrida, e não temos mais guarda-sol para vender, como fazíamos antigamente”, afirma Cedric Burel, presidente no Brasil da empresa francesa.
A rede, que conta com 23 pontos comerciais no país, pretende abrir outros cinco em 2018. Três já têm endereço certo: Porto Alegre e capital paulista, sendo um na região do Anália Franco e outro na avenida Paulista.
O investimento em novos endereços, no meio da recessão brasileira, levou a empresa a ter em 2016 o primeiro lucro depois de 15 anos de operação no país.
A companhia não abre o valor do resultado, no entanto fontes do setor, ouvidas pela Folha, estimam que atualmente o faturamento está na casa de R$ 1 bilhão.
Inaugurar cinco lojas por ano virou estratégia da empresa a partir de 2014. Antes, a rede abria a média de uma loja por ano.
A mudança faz parte da estratégia de ganhar em escala, inclusive com unidades menores, para concorrer, em especial, com pequenas lojas especializadas de bairro.
Elas são donas de quase 98% do mercado de artigos esportivos no Brasil, um segmento que movimentou R$ 9,6 bilhões em 2016.
De acordo com a Euromonitor, no mundo a Decathlon possui 5,5% do setor, enquanto no Brasil essa porcentagem é de apenas 2%, atrás da Centauro, com 9,2%.
MARCAS PRÓPRIAS
Porém, ainda que a participação de mercado no país seja pequena, o Brasil é hoje o quinto maior mercado da rede do mundo, com o terceiro melhor resultado de crescimento em receita, atrás da Rússia e da China.
Um dos motivos, aponta Burel, é a aposta em produtos de marca própria, desenvolvidos especialmente para os consumidores do Brasil, mesma estratégia seguida pela matriz francesa.
Dos 7.000 itens, 85% são desenvolvidos pela companhia e fabricados por terceiros (dentro e fora do país). Os produtos são divididos em 23 marcas próprias distintas, cada uma criada para uma prática diferente de esporte.
Fonte: Folha de S. Paulo