Um estudo global produzido pela Ipsos, empresa de pesquisa e inteligência de mercado, mostra que o avanço do comércio eletrônico não impediu a expansão do varejo físico. De dez categorias analisadas pela Ipsos, seis apresentaram aumento na frequência dos consumidores em lojas igual ou maior do que o aumento na frequência de compras pela internet. Essa tendência foi observada em 27 países, inclusive no Brasil.
“No Brasil, as pessoas têm sido mais influenciadas pelo contexto de crise do que pela escolha do modelo de varejo”, afirmou Danilo Cersosimo, diretor de relações institucionais da Ipsos.
A empresa perguntou a 19 mil consumidores se, nos últimos três anos, mantiveram, aumentaram ou reduziram a frequência de compras em estabelecimentos comerciais. A pesquisa separou a frequência de compras em unidades físicas e em sites.
No Brasil, em seis categorias – remédio, roupas, móveis, comida, eletrodomésticos e grandes redes de varejo – as pessoas aumentaram mais a frequência de compra em lojas físicas do que em sites.
O diretor da Ipsos considerou que o cenário de recessão no Brasil nos últimos três anos teve mais peso sobre os resultados do que a evolução em si das categorias no meio on-line. Ele observou, por exemplo, que 38% dos brasileiros aumentaram a frequência de compra de computadores em lojas físicas e 23% aumentaram as compras on-line – a maioria, portanto, reduziu a frequência de compras. “Considerando a tendência de melhora da economia, o crescimento da frequência de compras on-line tende a aumentar nos próximos anos. No varejo físico, a tendência é de transformação das lojas, com investimento maior dos donos de lojas na oferta de serviços diferenciados para atrair os consumidores aos espaços físicos”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico