É possível explorar quais serão os drivers que poderão modificar os diferentes mundos do consumo nos próximos 20 anos? A Euromonitor, importante referência mundial em estudos sobre consumo e varejo delineou uma série de highlights e conceitos que nortearão o comércio em 2040. Um trabalho que destaca novos formatos, modelos de negócio e experiências que os consumidores de amanhã irão querer e as implicações dessas tendências. Esse estudo foi apresentado no Money 20/20 por Michelle Evans, Head Global de Pesquisa sobre o Consumidor Digital da Euromonitor International, no painel “Comércio em 2040: redefinindo como e onde os consumidores comprarão”.
A apresentação trouxe as provocações e ideias, procurando estimular a iniciativa dos varejistas para que forcem sua evolução e identifiquem novas oportunidades que irão surgir nas próximas duas décadas. Michelle optou por uma apresentação estritamente visual, antecipando como será o comércio da próxima geração em um contexto voltado para um cenário de consumo em 2040.
Aceleração
Michelle defende a tese de que a tecnologia acelera brutalmente toda forma de mudança, no ambiente, no comportamento, na sociedade e nos nos negócios. Segundo sua visão, há 6 grandes vetores que serão alvo de mudança urgente com grande possibilidade de disrupção e alteração. de padrões competitivos, com impactos sensíveis para as indústrias de bens de consumo, varejo, provedores de serviço e consumidores.
Os vetores são:
Entretenimento, casa, lojas, mobilidade, restaurante e consumo no caminho. Na apresentação, abordou ou os 3 primeiros, como veremos a seguir.
Entretenimento, o show não pode parar
Globalmente, os consumidores gastam mais de US$ 760,00 por ano em entretenimento. Essa busca por entretenimento revela um comportamento específico, norteado por experiência, fluidez, autenticidade e compartilhamento. As experiências de entretenimento podem mobilizar um gigantesco ecossistema, com forte apoio das mídias e compartilhamentos digitais.
Em 2040, o entretenimento estará sob controle absoluto dos consumidores. A realidade aumentada (RA) transportará as pessoas para os shows ao vivo sem que saiam de suas casas, dando a eles o poder de fazer seus pedidos de refeições, compras e manter interações com amigos no estádio. As marcas precisam ter a capacidade de criar experiências adicionais sobre essa camada de entretenimento. Para os varejistas, as oportunidades são excepcionais – pois poderão impulsionar o consumo de impulso em percentuais inéditos.
Casa, o melhor ambiente de negócios
Parece exagero, mas Michelle afirma que mais de 200 milhões de assistentes de voz como Google Home e Alexa serão vendidos já em 2023, o dobro da previsão para este ano. Logo, a automação da casa será uma realidade e compreenderá conveniência, simplicidade, segurança e confiabilidade.
No conforto de suas casas, a busca dos consumidores será pela integração dos dados espalhados pelos diversos ambientes, cada qual com funções específicas, localização dos objetos, refeições feitas, nutrientes consumidos, tarefas a executar, entretenimento acessado, temperatura dos ambientes, consumo de energia, todos os aspectos comandados por assistentes virtuais integrados com outros dispositivos que tornarão a vida mais simples, conveniente e básica.
Para os varejistas, o desdobramento aqui diz respeito às compras automáticas, pré-programadas, de tal modo que uma vez que as preferências estejam consolidadas, a capacidade de influenciar novas escolhas e troca de marcas será quase impossível.
Lojas, a mudança urgente e inevitável
As vendas on-line irão progredir em velocidade 10 vezes maior do que as vendas nas lojas físicas. A grande motivação para compras nas lojas será a possibilidade antes da escolha. Atualmente, 47% dos clientes conectados têm essa preferência.
E o que os clientes irão procurar nas lojas físicas, afinal?
Uma integração tão profunda entre canais que não haverá mais distinção entre eles. Tudo isso porque exercerão sua ansiedade no limite, querendo acesso a qualquer produto em qualquer canal, de preferência, personalizado.
Finalmente, a loja precisa ser reimaginação como algo que seja divertido, que traga mais o que fazer do que olhar, escolher, pagar.
Claro que as lojas continuarão vivas, mas os sistemas de compras estarão integrados a dispositivos dos clientes, reduzindo os atritos e eliminando checkouts e caixas. Muitas vezes, o clique e retire estará disponível em boxes individuais que serão oferecidos aos clientes, que poderá pegar suas encomendas usando recursos biométricos. Logicamente,, as lojas se tornarão centros de experiência, com vastas impressões sensoriais e cenários onde o uso de produtos poderá ser feito usando recursos de RA e RV.
As taxas de mudança continuarão aceleradas, mas o cerne dessa novo comércio está justamente no poder dos dados. Com as novas leis de proteção, os clientes poderão determinar quais dados poderão ser usados e com quais objetivos. As regulações sobre privacidade de dados trarão um poder ainda maior para os consumidores.
Fonte: Novarejo