O lucro líquido consolidado chegou a R$ 221,4 milhões, revertendo o prejuízo do terceiro trimestre de 2020
Por Raquel Brandão
O resultado do grupo SBF, dono da Centauro, fez o presidente da companhia, Pedro Zemel, que se classifica como “alguém mais moderado”, ser expressivo na avaliação. “Esse trimestre foi excepcional, irretocável. Nos coloca em outro patamar.” A receita líquida da companhia cresceu 140% na base anual, para R$ 1,49 bilhão, um resultado nunca alcançado e, em grande parte, apoiado pelo desempenho da divisão Fisia, que abriga as operações da Nike no Brasil e somou R$ 1 bilhão de receita bruta.
“É um crescimento muito saudável”, avalia o executivo. As operações da Centauro também melhoraram, refletindo a maior abertura e nível de atividade do comércio após restrições da pandemia. As vendas em “mesmas lojas” cresceram 23% e a receita bruta subiu 33%, para R$ 965,9 milhões. O lucro líquido consolidado chegou a R$ 221,4 milhões, revertendo o prejuízo do terceiro trimestre de 2020.
Os canais on-line do Grupo SBF fizeram mais de R$ 410 milhões de receita no trimestre, um crescimento de 214,6% sobre 2019, ano pré-crise. De olho nisso, a companhia tem apostado na ampliação de sua capacidade logística e na operação multicanal. “Hoje mais de 10% do que vendemos na loja é servido pelas plataformas digitais e mais de 50% das vendas on-line passam pelas lojas”. O objetivo agora é integrar a logística de Centauro e Fisia, ampliando a rede de centros de distribuição e armazenagem, mas Zemel não detalha quanto será investido.
“Claro que não somos uma ilha”, diz o executivo sobre a pressão de custos e o cenário inflacionário que encarece produtos e reduz a renda disponível do consumidor. “No caso de Nike, temos uma marca muito forte que ajuda. Em Centauro, a oferta multimarca permite o cliente escolher dentro do bolso dele.”
No caso da Nike, Zemel diz que o câmbio pressiona, mas os reajustes feitos foram bem aceitos pelos clientes. Além disso, o grupo está ampliando a produção local, que já responde por 40% do total.
Fonte: Valor Econômico