Os clubes de assinatura devem continuar crescendo no País. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), esse segmento dentro do setor movimentou em 2015 R$ 600 milhões, o que representou um crescimento de 40% em relação ao ano anterior. Ao fim do ano passado, cerca de 500 empresas aderiram a esse modelo de negócio. A expectativa é que este ano esse número passe para 700, com uma evolução no faturamento de cerca de 15%, totalizando R$ 690 milhões.
Dentre as modalidades de produtos oferecidas pelos clubes estão alimentos, bebidas, cosméticos, brinquedos, passando por artigos de pet shop e até mesmo produtos eróticos. Para Maurício Salvador, presidente da ABComm, o crescimento dos clubes mostra que o consumidor brasileiro amadureceu e hoje não tem mais receio de comprar produtos de beleza, saúde, moda e alimentos pela internet.
Essa tendência acaba gerando um movimento positivo não apenas para os consumidores, pela comodidade e opções, mas também para os empresários, que em um momento de fragilidade econômica encontram uma opção para empreender. “Integrar um clube de assinaturas a uma loja virtual já existente reduz drasticamente os custos do lojista, uma vez que este pode contar com toda a estrutura já estabelecida em seu negócio”, avalia Luan Gabellini, sócio-fundador da Betalabs, empresa especializada em plataforma de gestão para o comércio eletrônico.
O especialista afirma que viu esse segmento crescer de forma significativa. “Investimos e criamos uma área especializada em clubes de assinaturas. Hoje temos muitos players e os principais dos segmentos de cerveja, snacks saudáveis e literatura, por exemplo”, afirma. 20% da carteira de clientes da Betalabs são clubes. A expectativa, de acordo com o empreendedor, é dobrar esse número até o fim deste ano.
A Tray, vertical de comércio eletrônico da Locaweb, também observa esse movimento dentro da sua carteira de clientes. De acordo com Thiago Mazeto, gerente de marketing da Tray, essa evolução foi expressiva. “O crescimento foi de 100% no ano passado. É um segmento que vem crescendo muito”, afirma. “Projetamos um crescimento de mais de 100 lojas em nossa base com esse modelo de negócio”, complementa.
O executivo afirma que a geração de receita recorrente e a fidelização dos consumidores são os maiores atrativos. “Esse cliente que assina o clube busca exclusividade, conveniência, segurança e qualidade. O vendedor deve estar atento e cumprir o que promete”, avalia. Dentre os segmentos, as bebidas tem destaque. “O setor de bebidas tem particularidade pois o comprador pode experimentar uma bebida diferente por mês”, afirma Mazeto.