Sébastien Durchon, vice-presidente de finanças e RI do Carrefour, comenta os planos do grupo para continuar reportando resultados positivos
Por Marina Fillipe
Nesta terça-feira, 11, o Carrefour reportou o lucro líquido ajustado de 420 milhões de reais no primeiro trimestre, crescimento de 4,7% ante mesmo período de 2020. A companhia informou ainda a pretensão de abrir 45 novas lojas em 2021, incluindo conversões das operações de atacado compradas do grupo Makro, o que deve gerar um crescimento de 10% a 12%.
Já nesta quarta-feira, os executivos do Carrefour detalharam como a operação deve trabalhar neste ano. “Planejamos uma transição com Makro de até 18 meses, mas iniciamos a operação da última loja já em dezembro do ano passado. Essa agilidade deve seguir com Big a partir do momento que pudermos trabalhar”, diz Sébastien Durchon, vice-presidente de Finanças e RI do Carrefour. Deste modo, haverá a conversão de lojas Big para Atacadão, além de inaugurações de lojas de diferentes portes.
Uma das frentes a ser ampliada é a de lojas pequenas localizadas em espaços como condomínios. “Estamos testando vários modelos e tamanho de lojas, inclusive autônomas. A intenção é descobrir um modelo ideal para depois acelerar a expansão de modo industrial. Uma loja pequena vende 4 milhões de reais ao ano enquanto um Atacadão vende 200 milhões de reais ao ano. Então, precisamos ter o modelo consolidado primeiro, pois abrir centenas de lojas sem ter isto robusto é perder muito dinheiro” afirma. Para 2022, o executivo também prevê mais 45 lojas novas.
Para seguir o plano, é preciso que a inflação estabilize. “Repassamos os custos para o consumidor para manter a margem bruta, mas num longo prazo a perda de renda é um problema”. Um saída para o grupo é justamente promover essa diferenciação em cada tipo de loja. Se no hipermercado Carrefour o cliente encontra um sortimento de produtos, no Atacadão ele será em média dez vezes menor. “Com essa diferença de qualidade e mix de produtos o cliente aceita pagar mais. Além disso, é preciso entender o que o consumidor busca. No hipermercado, por exemplo, o varejo não alimentar representa 35% da compra”, diz.
A estratégia de oferecer a compra via aplicativos do Rappi e Cornershop também continua, além de promover comunicações que levem o cliente para a loja virtual própria. “Nosso desafio é desenvolver todos os canais e manter um custo competitivo”.
Fonte: Exame