A expansão das vendas nas lojas virtuais não será capaz de acabar com as lojas físicas. Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, afirmou que existirão outros formatos de lojas para atender o consumidor.
Durante evento realizado em São Paulo, a empresária lembrou que até mesmo a gigante Amazon, de Jeff Bezos, surpreendeu a todos ao comprar no ano passado a rede de supermercados Whole Foods Market.
“O digital não é um bicho de sete cabeças. O essencial na internet é ser ágil”, ressaltou.
Luiza lembrou do tombo que sofreu em 2016, quando carregava a tocha olímpica em Franca, sua cidade natal. “Meus filhos falaram que seria o assunto do momento. Aproveitamos a repercussão para lançar uma promoção no momento em que as vendas não estavam bem.”
Na época, a campanha nas redes sociais brincava com o acidente da empresária: “Dona Luiza caiu, mas está bem. Vocês pediram, e os preços caíram também”. A presidente do colegiado disse que a varejista “lucrou com o tombo”.
No terceiro trimestre de 2018, somente as vendas pelo e-commerce da empresa cresceram 55% em base anual.
Eleição de Bolsonaro
Assim como em outros eventos públicos antes do pleito que culminou na vitória de Jair Bolsonaro (PSL), Luiza voltou a criticar a polarização entre direita e esquerda no Brasil. “Gostando ou não, tem que ficar com o governo escolhido pelo povo.” Ela acrescentou que apesar do cenário difícil, é preciso levantar a autoestima do Brasil.
Luiza aproveitou para criticar aqueles que são contra o Bolsa Família. “Falam mal [do programa] sem conhecer a realidade do sertão do país. São 27% da população que vivem com menos de R$ 300 por mês. Além disso, 60% ganham menos de R$ 2 mil. Temos 13 milhões de desempregados.”
“É preciso acreditar no país e parar de reclamar”, disse a empresária. Seu filho e presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, destacou que a empresa tem muito potencial para crescer, considerando, principalmente, as oportunidades de consumo. “Cerca de 60% dos lares não têm lavadora automática.”
Fonte: Valor Econômico