Planejados em um cenário pré-crise, empreendimentos terão que enfrentar novo quadro; setor cresceu 6,5% em 2015 no País
O Paraná vai receber até dezembro de 2018 seis novos shoppings, incluindo o londrinense Aurora Shopping, previsto para ser inaugurado dia 26 de abril. Os empreendimentos foram planejados há mais de quatro anos, em um contexto econômico bastante diferente. Inaugurá-los em meio à profunda crise política e econômica por que passa o País é um desafio grande. Mas os números da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não são exatamente desanimadores.
No ano passado, com 444 milhões de visitas mensais, o mercado de shopping centers brasileiro registrou alta de 6,5% nas vendas em relação ao ano anterior, atingindo total de R$ 151,5 bilhões. A expectativa do setor para 2016 é manter o ritmo de 6,5% de crescimento. “Já tivemos momentos melhores. Nos anos anteriores, o crescimento era sempre de dois dígitos”, conta Adriana Colloca, superintendente da entidade.
De acordo com ela, o crescimento dos shoppings está relacionado à abertura de novas unidades em 2015. Foram 18 em todo o País, sendo que o número de lojas aumentou 3,1%, totalizando 98.200. E também à capacidade desses empreendimentos de “se reinventarem, se modernizarem, se adaptarem”. “Além disso, a cultura dos shoppings está cada vez mais disseminadas e muitas cidades do interior estão recebendo seus primeiros agora”, declara.
Adriana afirma que o setor tinha expectativa “muito ruim” para este começo do ano, principalmente para os dois primeiros meses, que são historicamente difíceis. “Mas o nosso feeling é que a situação está bem melhor que o previsto”, declara ela, ressalvando que ainda não há números que confirmem esta percepção. Ao contrário do ano passado, os empresários esperam um segundo semestre melhor que o primeiro.
A superintendente diz que a associação só tem o controle dos shoppings a partir do momento em que eles começam a ser construídos. Ela acredita que, neste momento, os investidores estão com o pé no freio e não devem lançar novos empreendimentos até que os rumos da economia e da política se definam.