A Páscoa 2016 deverá registrar vendas estáveis ou menores na comparação com o ano passado, de acordo com a Pesquisa de Páscoa, realizada pelo Departamento de Economia da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). O levantamento aponta que apenas 18,6% estão otimistas em relação à data, e projetam números superiores aos registrados em 2015, e cerca de 41,9% apostam em vendas no mesmo patamar. No entanto, a pesquisa também destacou que 39,5% dos empresários acreditam que os resultados de 2016 serão inferiores aos apresentados no ano anterior.
Em termos nominais, a expectativa dos supermercadistas é de uma queda de -5,3% nas vendas. Tomando por base a variação média de 7,8% ao preço dos produtos pesquisados. Em termos reais, a expectativa é de queda de -12,2%.
De acordo com o presidente do Conselho Consultivo da ABRAS, Sussumu Honda, a Páscoa é uma das datas mais importantes para o setor supermercadista, ficando atrás somente do Natal, mas este ano os varejistas estão mais receosos. “A Páscoa sempre é muito aguardada pelo setor, mas entendemos que o atual momento econômico vem refletindo na expectativa dos supermercadistas. Mesmo assim, iremos trabalhar da melhor maneira para que os nossos clientes consigam encontrar os produtos que procuram, e para que a data seja especial.”
Em relação às encomendas, os varejistas preferiram ser mais cautelosos este ano, e apostaram nos produtos de menor valor agregado como as caixas de bombons de 400g (1,9%) e os chocolates em geral, como barra, tablete, etc. (0,5%), os únicos que apresentaram aumento nas solicitações de compra. O restante dos produtos registrou queda nas encomendas: Ovos de Páscoa acima de 500 gramas (-9,9%), Ovos de Páscoa de até 500 gramas (-8,5%), Ovos de Páscoa em Geral (-7,0); e Ovos de Páscoa de até 150 gramas (-2,0%) e o bombom bola (-0,3%).
A pesquisa também mostrou que quase todos os produtos relacionados à época tiveram diminuição de encomenda pelos supermercados junto aos fornecedores, em relação a 2015: importados em geral (-4,7%), vinhos importados (-4,0%), Colomba Pascal (-2,1%), bacalhau (-1,7%), vinhos nacionais (-0,3%), e peixes em geral (-0,2%).
Da lista de produtos mais consumidos na Páscoa, somente os refrigerantes, as cervejas e os azeites tiveram aumentadas as encomendas pelos varejistas, em relação ao ano passado, registrando aumento de 3,2%, nos itens cerveja e refrigerante, e de 0,7%, no caso dos azeites.
Preços em alta
Em relação à variação de preços dos produtos (indústria/varejo) na comparação com a Páscoa de 2015, o grupo dos chocolates em geral foi o que apresentou maior alta de preços (8,9%), seguido por caixa de bombom 400g (8,7%) e bombom “bola” (8,7%).
A pesquisa apontou também aumento de preços (em níveis menores) no grupo dos Ovos de Páscoa em geral (6,4%), Ovos de Páscoa até 150 gramas (6,3%), Ovos de Páscoa acima de 500 gramas (6,2%) e Ovos de Páscoa até 500 gramas (4,2%).
Ainda em relação à variação de preços dos produtos (indústria/varejo), os importados em geral foram os que apresentaram maior alta, 14,9%, em relação a 2015, impulsionados pela variação do dólar. A categoria de azeite teve seu preço elevado em 10,4%; vinhos importados, 10,0%; bacalhau, 8,2%; cervejas, 8,1%; refrigerantes, 7,8%; peixes em geral, 7,7%; vinhos nacionais, 7,1%, e colomba pascal, com 3,3%.