As redes sociais e mídias digitais estão influenciando cada vez mais os consumidores na hora de adquirir algum produto. Segundo estudo realizado pelo SPC Brasil, que avalia o perfil de consumo das mulheres brasileiras, 64,8% das entrevistadas admitem que já mudaram seus hábitos de compra por causa das redes sociais. Ou seja, o fato de acompanhar posts, dicas e comentários teve algum efeito sobre o cotidiano e comportamento de consumo delas.
Ainda de acordo com os dados obtidos, as redes sociais são utilizadas por 94,3% das consultadas. A plataforma mais popular é o Facebook, citada por 89,2%, seguida pelo Youtube, com 43,4% e pelo Instagram com 34,4%. A pesquisa também levantou temas que mais mobilizam as postagens, compartilhamentos e acompanhamento das mulheres nas redes. Entre eles estão: culinária (65,1%), moda (46,8%) e beleza (40,3%). Em contrapartida, o tema finanças pessoais está entre as áreas menos acompanhadas entre as brasileiras, citado por 9,2% das entrevistadas.
Segundo o estudo, mais da metade das mulheres entrevistadas (52,6%) costumam fazer avaliações ou comentários na internet sobre os produtos que compram, sendo que três em cada 10 (32,4%) o fazem independente de a compra ter sido considerada boa ou ruim. E somente 20,2% fazem quando o produto é ruim. Dentre as mulheres que possuem este hábito, os itens mais avaliados são: os celulares (63,0%), as roupas (56,6%), calçados (45,8%), alimentos (32,8%) e equipamentos de TV, DVD e som (30,6%).
Com o aumento do uso de smartphones, os aplicativos também ganham cada vez mais espaço no consumo das mulheres. O levantamento mostra que cinco em cada 10 entrevistadas (49,9%) fazem uso de APPs no dia a dia, sobretudo as pertencentes às classes C, D e E (45,1%). Dentre as mulheres que usam essa ferramenta, os mais populares são aqueles que servem para compras de roupas online (24,4%), pedir comida delivery (11,2%), auxiliar a dieta (9,6%) e chamar táxi (9,5%). Já os APPs que auxiliam o planejamento do orçamento são citados por 8,8% das entrevistadas.
Considerando os diversos canais que são utilizados para obter informação, o estudo aponta que a internet já ultrapassou parte dos meios mais tradicionais como jornais e revistas, assumindo um papel cada vez mais importante na vida das brasileiras. Ainda assim, a televisão lidera, sendo mencionada por 68,4% das mulheres. Logo após foram citados o Facebook (64,7%), o Whatsapp (48,0%) e os portais de notícias (42,0%).
Além de ocupar uma boa posição entre as fontes mais populares para obter informação, o Whatsapp também é citado como o meio de comunicação com maior média de horas dedicadas por dia: são quatro horas contra três diárias para o Facebook e 2,9 horas para a TV e duas horas para o rádio. Ainda que os canais online e tradicionais sejam utilizados pelas mulheres para obter informações, nem sempre elas se sentem plenamente identificadas nesses veículos. Para 58,5% delas, as propagandas não refletem suas atitudes e quem elas são.
Entre as brasileiras que acreditam que o perfil de mulher presente na mídia não corresponde à realidade, 59,6% dizem que o fato disso não acontecer, é porque elas são muito diferentes fisicamente das mulheres reais, enquanto 32,1% dizem que é por se sentirem incomodadas pelas propagandas que as apresentam como objetos secais e 29,5% dizem que é pelo fato de que essas mulheres são sempre felizes com famílias perfeitas e isto não reflete na vida real.
A pesquisa analisou também, os segmentos em que a propaganda mais precisa se adequar para refletir a mulher de hoje e revela que os mais distantes do que as brasileiras pensam ser ideal são o de cerveja, de automóveis, e de moda e beleza. Quando questionadas sobre como gostariam de ser representadas na propaganda, as entrevistadas afirmaram querer ser retratadas como guerreiras (49,2%), reais e sem o padrão de beleza inatingível dos filmes e da TV (46,6%), dinâmicas (33,0%) e independentes (32,7%).
O estudo também investigou a influência do padrão estético das propagandas no consumo das mulheres e mostra que, ainda que 41,8% das entrevistadas acreditem que esse padrão da mídia não influencia no consumo delas, outros 53,7% das entrevistadas admitem comprar roupas e acessórios vistos na mídia para acompanhar as tendências, desde que esses produtos atendam ao gosto pessoal. Apenas 11,9% das mulheres brasileiras admitem que o padrão estético exerce muita influência nos hábitos de compra, uma vez que sempre compram os produtos ou serviços indicados.