14 de janeiro de 2016
Um dos perigos é a empresa fazer algo que, potencialmente, possa alienar sua base de colaboradores e perder as dezenas de milhares de motoristas disponíveis.
O Uber é uma startup de US$ 60 bilhões. Mais do que gigantes como Ford e GM. É uma grande promessa que tem crescido 40% a cada trimestre, mas ainda é uma startup que tenta se consolidar no mercado, cheio de perigos.
E um desses perigos é a empresa fazer algo que, potencialmente, possa alienar sua base de colaboradores e perder as dezenas de milhares de motoristas disponíveis. E parece que a empresa acaba de fazer isso, mostra o Quartz.
A redução de preços que a empresa fez em mais de 100 cidades gerou uma onda de protestos dos motoristas nos Estados Unidos. Se você ainda dirige para o Uber depois desse corte de preços, é burro com B maiúsculo, diz um usuário. Esses pagamentos agora são só reembolsos para gasolina, afirma outro.
A ideia era aumentar a demanda por parte dos usuários o que permitiria cada motorista fazer mais dinheiro -, mas isso pode acabar diminuindo a oferta de carros. E isso pode abrir caminho para os competidores, como o Lyft.
Além disso, a recuperação da economia americana pode atacar o Uber exatamente onde mais dói: pode fazer com que não seja mais atraente trabalhar com o aplicativo, já que a maioria dos trabalhadores que trabalhavam em tempo integral o faziam por não ter emprego. Ao arranjar uma oportunidade de trabalho, o pagamento do Uber precisaria ser bom para manter os usuários no barco.
Outra fonte de motoristas são os trabalhadores temporários, que dirigiam para complementar renda ou oferecer uma fonte de renda mais estável que suas fontes primárias. E talvez os novos preços não compensem, fazendo-os largar o trabalho para o aplicativo.
InfoMoney – SP