16/10/2015 às 05h00
Por Sérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre
Apesar da alta do dólar e da desaceleração das vendas, a importadora Rivatti Móveis, de Caxias do Sul (RS), decidiu manter o cronograma de implantação de um novo centro de distribuição para concentrar todas as operações no município vizinho de Farroupilha. O projeto, que prevê a duplicação da área de armazenagem da empresa, exigirá investimentos de R$ 50 milhões e será concluído em 2018. “Tomamos a decisão e compramos a área por R$ 12 milhões no fim de 2014, quando o dólar estava estável e o cenário era mais favorável às importações”, diz o diretor comercial e de marketing, Márcio Quadros. Agora, a empresa resolveu manter o plano para “não mudar a cada oscilação” e porque acredita na recuperação do mercado até o fim das obras. A Rivatti é especializada em “móveis de design” como poltronas, sofás, cadeiras, camas, mesas, produtos de decoração e para escritórios importados da China, do Vietnã, da Malásia e da Itália. Com o dólar a até R$ 3,20 ou R$ 3,30, o mercado é “tranquilo” para o segmento, mas quando passa disso o consumidor se retrai. “Em setembro chegamos a fechar câmbio a R$ 4,10”, afirma Quadros. Com a reviravolta cambial, a estimativa de expansão do faturamento da importadora em 2015, que antes era de 30% sobre os R$ 60 milhões obtidos no ano passado, foi revista para 18%. De janeiro a agosto, a alta foi de 22%, mas o maior impacto da alta do dólar veio em setembro. Apesar da desaceleração do crescimento, o desempenho da empresa supera com folga os resultados do varejo de móveis no país. Dados do IBGE mostram que a receita do setor recuou 9% nos sete primeiros meses do ano. Conforme Quadros, para enfrentar a crise a Rivatti reforçou as campanhas de vendas, com promoções e redução de margens. Para ele, 2016 ainda será um ano “difícil”, mas a recuperação deve começar 2017 com a retomada da confiança dos consumidores, que hoje estão adiando as compras, e dos varejistas, que estão cautelosos para repor ou renovar os estoques. Na maior parte dos casos os produtos são vendidos com a marca da importadora e, em outros, com a marca do varejista. Entre seus clientes estão Americanas, Mobly, Ponto Frio, Submarino e Tok Stok. A nova estrutura que começará a ser construída em Farroupilha em 2016 terá 20 mil m2 . A instalação vai concentrar as operações administrativas e dos três centros de distribuição de Caxias do Sul e permitirá economizar com movimentação de produtos. De acordo com o executivo, a empresa buscará financiamento para cobrir até 70% dos custos com as obras.
Valor Econômico – SP