30/06/2015 19h27
Marca, que já chegou a superar a Apple na China, aposta em mercados emergentes para crescer
A Xiaomi, segunda maior fabricante de smartphones da China, de acordo com o ranking do primeiro trimestre da consultoria IDC, anunciou oficialmente, nesta terça-feira (30/06), sua chegada ao Brasil. Em evento no Theatro NET, em São Paulo, o brasileiro Hugo Barra, ex-responsável pelo Android no Google e hoje vice-presidente internacional da Xiaomi, apresentou o smartphone Redmi 2, o carregador portátil Mi Power Bank e a pulseira Mi Band. O celular de 5,5 polegadas Redmi Note, apesar já homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), não foi lançado.
O Redmi 2 é DUAL SIM 4G e tem tela de 4,7 polegadas, câmera de 8 MP, 9,4 mm de espessura e peso de 133 gramas. O preço, anunciado no telão num estilo “Casas Bahia”, será de R$ 499.
O Mi Power Bank sairá por R$ 99 e a Mi Band, por R$ 95. A pulseira monitora, entre outras coisas, a qualidade do sono do usuário e tem uma bateria com duração de 30 dias (cinco vezes mais que a média do mercado).
A empresa apresentou também o Pick Mi, um serviço de atendimento ao cliente inédito, segundo Barra. O usuário que tiver algum problema com o aparelho poderá solicitar a ajuda sem sair de casa. “A gente vai até você”, disse Barra. O usuário poderá ver o motociclista no mapa. Trata-se de uma parceria com a startup Loggi.
Ainda pouco conhecida dos brasileiros, a Xiaomi tem sido notícia frequente em diversos países da Ásia. Na Índia, em três meses de atividade, a empresa conquistou 4% do mercado de smartphones e entrou para a lista das cinco principais marcas do país – mesmo com a suspensão temporária da venda de um de seus modelos em razão de um conflito de patentes com a Ericsson. Lá, a marca conseguiu vender, em cinco meses, 1 milhão de aparelhos.
Além de China e Índia, a empresa está presente em Taiwan, Indonésia, Cingapura, Malásia e Filipinas. A companhia atua também nos Estados Unidos, mas vende apenas acessórios no país, como os Mi Headphones e as pulseiras Mi Fitness Band.
Os eventos de lançamento da empresa são, geralmente, marcados por alvoroço. Jovens com camiseta da empresa e adereços luminosos gritam alto quando o CEO da empresa, Lei Jun, sobe no palco, segundo relatos da imprensa internacional. Os aparelhos, cujas vendas são sempre feitas pela internet, acabam em poucos minutos, num esquema de venda-relâmpago em que é necessário se cadastrar previamente para ter a chance de comprar o smartphone.
Apesar de a empresa mal ter chegado ao Brasil, já existem aqui mais de 2 mil usuários da MIUI, a interface de usuário da Xiaomi que funciona sobre o Android, segundo fontes do setor. Ela funciona como uma camada personalizável no telefone e pode ser baixada também em aparelhos Android de outras marcas, como Motorola e Samsung.
Na China, a Xiaomi só perde para a Apple. A marca americana tem 14,7% do mercado de smartphones chinês, enquanto a chinesa tem 13,7%, segundo levantamento da IDC para o primeiro trimestre de 2015.
Revista Época Negócios on-line – SP