09/06/2015 às 05h00
Por Camila Maia | De São Paulo
A rede de churrascarias Fogo de Chão apresentou ontem o prospecto preliminar da oferta inicial de ações nos Estados Unidos ao regulador de mercado americano (SEC), com preço estimado por ação de US$ 16 a US$ 18. Segundo o documento, serão emitidas 4,411 milhões de ações, fazendo com que a oferta chegue a US$ 79,4 milhões. Esse montante pode crescer para 5,073 milhões de ações se os subscritores exercerem a opção de compra adicional. Nesse caso, a companhia pode levantar até US$ 91,3 milhões. Se todas as ações forem vendidas, o capital social passará a ser composto de 27,914 milhões de ações, avaliando a companhia em até US$ 502 milhões. No caso da emissão de 4,411 milhões de ações com o preço mais baixo do intervalo apontado, será avaliada em US$ 436 milhões. A Fogo de Chão será listada na bolsa eletrônica Nasdaq, com o símbolo “FOGO”. Os agentes da oferta são os bancos Jefferies e JP Morgan Securities. Também atuam na operação os bancos Credit Suisse Securities, Deutsche Bank Securities, Piper Jaffray & Co, Wells Fargo Securities e Macquarie Capital. No prospecto, a Fogo de Chão afirma que estima um ganho de US$ 66,9 milhões a US$ 77,4 milhões com a operação, utilizando um preço médio de US$ 17 por ação e deduzindo custos e comissões. O montante arrecadado na oferta será utilizado para amortização e refinanciamento de dívidas, além do pagamento dos custos e despesas da operação. A Fogo de Chão informou que não espera pagar dividendos no futuro previsível. Todo o lucro das operações deve ser usado para o crescimento e para amortização de dívida. Segundo material de resultados do primeiro trimestre, ao fim de março, a Fogo de Chão tinha uma dívida de longo prazo de cerca de US$ 230 milhões, com US$ 7,5 milhões em caixa. A empresa teve lucro líquido de US$ 4,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 68,9% sobre o ano passado. A receita cresceu 5,9%, para US$ 64,9 milhões. Desse total, US$ 54,7 milhões foram obtidos com as operações nos EUA (alta de 10,9%). A receita no Brasil caiu 14,1%, para US$ 10,2 milhões. No fim de abril, a rede entrou com pedido de oferta pública inicial de ações, num movimento que ocorreu após o pedido de oferta bemsucedido das redes de hamburguerias Shake Shack no início de 2015 e da Habit Restaurants em novembro de 2014. Controlada pela empresa de “private equity” Thomas H. Lee Partners LP, a churrascaria tem sede em Dallas e começou como um restaurante em Porto Alegre (RS) em 1979, com os irmãos Jair e Arri Coser. Em 1997, se expandiu para os EUA. Em 2012, Thomas H. Lee adquiriu o negócio por US$ 400 milhões da GP Investments. A companhia opera 26 pontos nos EUA, 10 no Brasil e 1 no México. (Colaborou Adriana Mattos)
Valor Econômico – SP