05/06/2015 20:00
// Por: Gabriel Baldocchi
Ao estudar o mapa das ciclofaixas da capital paulista, a empresa holandesa de entregas TNT percebeu que 70% das rotas realizadas na região central estavam cobertas pelas novas vias. Revisou os seus números e constatou que 14% do volume coletado em um dos principais segmentos de atuação, o de calçados e confecções, tinha como origem o centro de São Paulo. Com base nas duas conclusões, a empresa decidiu testar a entrega de bicicletas, reproduzindo uma fórmula adotada há anos na matriz. O resultado do projeto-piloto surpreendeu o grupo, que decidiu antecipar a expansão da iniciativa.
As entregas de bicicleta reduzem pela metade o tempo do serviço em relação aos caminhões, porque não é preciso encontrar lugar para estacionar, uma dificuldade enorme no centro da maior cidade da América Latina. Percebemos que estávamos deslocando uma quantidade grande da frota para as pequenas coletas, afirma Maurício Cortizo, diretor regional da TNT, que iniciou o projeto na unidade do Canindé.
A intenção agora é ampliar o número de bicicletas na região e passar a utilizar a iniciativa para outros pontos da cidade, principalmente ao redor de grandes edifícios corporativos. Segundo Cortizo, a idéia levar a transportar a experiência para o centro do Rio de Janeiro, onde as obras tocadas pela prefeitura como preparação para a Olimpíada de 2016, estão atrapalhando a circulação de carros.
Um entregador de bicicleta costuma rodar cerca de cinco quilômetros por dia. O modelo do triciclo usado na Europa foi adaptado para a realidade brasileira. Aqui, o baú das mercadorias é fechado com cadeado e um rastreador aumenta a segurança. Os clientes estão vendo a iniciativa como algo criativo e estão nos incentivando, afirma Cortizo. Eles ligam e pedem que a entrega seja feita por biclicleta.
Revista IstoÉ Dinheiro – SP