Para o consultor Alberto Serrentino, momento é positivo para fusões e aquisições no varejo
O ditado diz que onde há crise, há oportunidade. Esse, certamente, é o cenário das fusões e aquisições no varejo brasileiro. Estamos vivendo um bom momento para quem tem um olhar de longo prazo, pois os ativos estão em baixa e o dólar forte faz com que os investimentos estrangeiros fiquem mais baratos no mercado brasileiro, analisa Alberto Serrentino, sócio-diretor da Varese Consultoria.
A perspectiva real do Brasil retomar o crescimento e ter um cenário melhor nos próximos anos é muito grande. Assim, entrar na baixa e com uma desvalorização considerável em curto prazo, como acontece hoje, é um cenário bem interessante para investidores estrangeiros, pois favorece o ROI e a alavancagem no longo prazo, explica o consultor. Assim, embora o varejo não esteja vivendo um momento dos mais vigorosos, no que se refere às fusões e aquisições o momento é bastante positivo.
No que diz respeito às fusões, empresas que estiverem menos sólidas e estruturadas podem ter nos próximos meses uma dificuldade maior em rolar as dívidas, por causa do aumento dos juros e da maior dificuldade de captação de recursos. Muitas talvez não tenham mais fôlego para continuar a financiar o próprio crescimento, o que leva as empresas a olhar para as fusões de uma forma mais aberta, diz Serrentino.
Segundo ele, segmentos como o de farmácias devem ver movimentos de fusões e aquisições, uma vez que CVS e Walgreens, as duas maiores varejistas do setor no mundo, já demonstraram interesse no País. A CVS comprou a Onofre e certamente não irá parar por aí, enquanto a Walgreens sabidamente já negociou com alguns dos maiores operadores nacionais. Em algum momento eles entrarão para valer, aposta.
Para o consultor, calçados e vestuário são segmentos que tiveram pouco movimento de consolidação nos últimos anos e, cedo ou tarde, passarão por isso. Pode acontecer algo em materiais de construção também e, no caso de alimentos e eletroeletrônicos, depende muito de como será o comportamento das redes médias regionais. Como são setores que dependem de crédito e volume, é de se esperar que médias empresas se tornem alvos, acredita. São ativos que deixaram de estar tão caros e, assim, podem se tornar atraentes novamente, reforça.
Alberto Serrentino será o mediador do painel Cenários e perspectivas para fusões e aquisições no mercado brasileiro do Seminário de Investimentos NOVAREJO, que acontece no dia 15 de maio no Hotel Renaissance, em São Paulo. O evento mostrará que a governança corporativa é uma ferramenta essencial para que as empresas ampliem sua capacidade de captação de recursos e de expansão de lojas. Venha debater com varejistas, fundos de investimentos, bancos e analistas como adotar governança e crescer mais que a concorrência. Saiba mais em www.portalnovarejo.com.br/seminario
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