O SUL/PORTO ALEGRE
veiculado em 26/04/2015 03:00
FINANÇAS: CASAIS SEM FILHOS TAMBÉM PRECISAM PLANEJAR ORÇAMENTO.
Cada vez mais os casais estão tendo menos filhos no Brasil.
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2014, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estyatístíca), houve redução de 13,7% na proporção dos casais com filhos entre 2004 e 2013, enquanto a proporção de casais sem filhos cresceu 33%. Além disso, em 2003, a participação de casais “dink” (em que ambos têm rendimentos) no total de casais sem filhos era de 19,9%. O Sudeste apresentou a maior proporção (23.2%) e o Norte, a menor (12%).
Pesquisa “Hábitos de consumo dos casais dink”, publicada pela ESPM cm 2012, mostra que esse grupo de pessoas costuma comer fora Mm mais freqüência. Do total de casais que participaram do estudo, 55% almoçam e 25% iantam fora mais de uma vez na semana.
As atividades de lazer também sáo mais freqüentes: 53% vão ao cinema e 21% freqüentam teatro, O interesse por produtos culturais, além de atividades físicas, também é comum a esses casais. Conforme o estudo, eles leein mais de um livro por mês e 97% consideram a música uma atividade cotidiana. Já £3% caminham regularmente.
Não ter filhos não liberta os casais de organizar as finanças. Ao contrário, o fato de terem menos despesas no orçamento do que uma família com dependentes sugere aos cônjuges maior disciplina e mais planejamento financeiro para uma vida tranqüila hoje e no futuro. O primeiro passo é organizarem, juntos, a planilha de orçamento, listando todas as receitas e, depois, as despesas. O casal deve identificar sua saúde financeira hoje, se estão com as contas controladas e onde podem cortar gastos. A opção de viver a dois pode gerar grande conforto financeiro, caso haja planejamento. No sentido oposto, a realização de sonhos de consumo e a vontade
de curtir o momento podem levar ao endividamento.
Poupar sempre.
Estabeleçam metas de curto, médio e longo prazo, que darão a vocês uma idéia de tempo para atingirem seus objetivos, Com as finanças em dia. procurem poupar, pelo menos, 10% do salário que recebem, logo queodinheiro for depositado na conta.
Com uma poupança mensal, diversos projetos podem ser colocados em prática. No curto prazo (até um ano): a compra de uma TV mais moderna para o quarto, uma pequena reforma no apartamento etc. No médio prazo (um a cinco anos) é possível concluir um curso de pós-gradua[SOFT]
ção. fazer uma viagem ao exterior, comprar um carro, entre outras aquisições. E, no longo prazo (mais de cinco anos) pode ser conquistada a casa própria.
Investindo na carreira.
A vida é composta por ciclos e na profissão isso também acontece. Cabe ao casal identificar o momento que ambos viveneiam hoje, tirando proveito deles. Geralmente o auge da carreira ocorre por volta dos 30 a 40 anos. Saibam identificar este momento, venáo-o como oportunidade de “planejar o futuro”, em vez de simplesmente “curtir a vida”. Planejem c invistam, em conjunto, na carreira de cada um, identificando oportunidades
de crescimento, observando cursos de especialização na área, buscando realizá-los.
Analisem a viabilidade de realizarem esses cursos ao mesmo tempo, ou de intercalarem, visando controlar melhor os cursos e a rotina do casal. O importante é estar ciente da necessidade de empreender na própria carreira, visualizando sempre novas oportunidades e, ainda, pensando no futuro.
Aposentadoria.
A preocupação do casal, na aposentadoria, será de garantir o próprio sustento, uma vez que não terão gastos com faculdade dos filhos etc. Mas isso não significa que poderão viver bem apenas com os re[SOFT]
cursos do INSS, certo?
Se a intenção é realizar sonhos, viajar, curtir a vida na terceira idade, é necessário se preparar para isso. E quanto antes começarem este planejamento, melhor. O esforço de poupar será menor e, abrindo mão de algo hoje, em função de tranqüilidade no futuro, verão os resultados.
O casal, mesmo bem cedo, deve listar seus objetivos na aposentadoria. Ambos devem decidir se pretendem parar de trabalhar ao mesmo tempo ou se farão isso um de cada vez; se imaginam abrir um negócio logo que se aposentarem; se o sonho é pendurar realmente as chuteiras, relaxar c viajar. Todas essas decisões necessitam de planejamento.
MERCADO IMOBILIÁRIO AQUECIDO.
Até mesmo o mercado imobiliário tem se adaptado para atender a esse novo modelo de família. Edson Pires, que trabalha na área, conta que tem crescido a demanda por apartamentos de sala e quarto, “Geralmente a procura é por parte de casais sem fi[SOFT]
lhos, que buscam principalmente facilidades e serviços. A localização geralmente é o mais importante. Mas eles também buscam diferenciais”, diz. Segundo França, outro fator que chama a atenção desses casais são as áreas de convivência dos condomínios, co[SOFT]
mo cozinhas gourmet, spa e academia. “Eles normalmente optam por apartamentos menores. mais compactos, porém com certas facilidades”, explica. No entanto, quem tem uma condição financeira melhor opta por imóveis maiores, mesmo sem filhos. “Já lemos
um imóvel próprio de um quarto, mas a gente acaba sentindo necessidade de mais espaço para receber os amigos. Por isso, queremos nos mudar para um apartamento com dois quartos. Assim, podemos transformar um em escritório, com um sofá-cama para os hóspedes”, conta Carlos Eduardo Veiga.
É o mesmo caso de Aiala e Cleidson. que já alugam um apartamento com dois quartos. “O valor é o mesmo que de uni quarto. Então valeu a pena, pois transformamos em escritório”, diz Cleidson.
Outras fontes