Por Pedro Knoth | Em meio a um Brasil mais velho pela quantidade cada vez maior de habitantes com idade avançada, a Panvel (PNVL3) se vê como um ponto de parada mais próximo entre pacientes e médicos, assim como um centro de atendimento, consultas e “serviços simples”. A visão é do diretor executivo financeiro da rede de farmácias, Antônio Napp. Ele afirma que a Panvel deve abrir 60 lojas em 2025, mesmo número de inaugurações previsto para este ano.
O CFO da Panvel diz que a rede pretende desembolsar cerca de R$ 160 milhões em investimentos de custo de aquisição de ativos (capex), dividido em três blocos. O primeiro deve focar na expansão imobiliária, o segundo em tecnologia e Inteligência Artificial, enquanto o terceiro destino de recursos será a melhora de logística.
Panvel (PNVL3) conquista 1% do mercado em São Paulo
Oriunda do Rio Grande do Sul e fundada pela família de Júlio Ricardo Mottin Neto, CEO da Panvel, a rede de farmácias vem se recuperando das enchentes no Estado e retomou seu ritmo de expansão de lojas.
Analistas constaram que a volta por cima da varejista ocorreu no terceiro trimestre, quando reportou lucro líquido de R$ 37 milhões, alta de 24% em relação ao mesmo período de 2024.
A empresa conta há quantos trimestres está aumentando a fatia de mercado no Sul: 18 consecutivos.
“E nós esperamos chegar ao 19º trimestre consecutivo”, comenta Antônio Napp. Isso porque a expectativa da diretoria está otimista sobre a receita e as margens da operação da Panvel (PNVL3) para os próximos quatro meses.
“Vamos entregar 60 lojas em 2024. Para o ano que vem, esperamos manter este mesmo ritmo e abrir outros 60 pontos de venda da Panvel”, explica o CFO.
E a Panvel vem gostando bastante de jogar o jogo das farmacêuticas no cenário paulistano. É um tabuleiro com players grandes, como a Raia Drogasil, mas o executivo explica que as margens de venda por cliente em São Paulo são maiores e, praticamente, o dobro das farmácias de Porto Alegre.
“Conquistamos 1% de marketshare em São Paulo no último trimestre. Parece pouco, mas quando comparamos com concorrentes grandes com 25 mil lojas na capital, é expressivo”, comenta Napp. Nos planos da Panvel para 2025, está prevista a abertura de cinco a sete lojas na capital paulista.
A expansão em São Paulo vem acompanhada de aumento de margens na operação paulistana da Panvel. Apesar de custos de aluguel imobiliário, construção e contratação de mão de obra elevados, a margem de lucro operacional (Ebitda) da rede em SP saltou de 5% em 2022 para 7,2% em 2024.
Interior na mira da Panvel (PNVL3)
Com resultados expressivos na capital, Napp vê interesse da Panvel em abrir unidades no interior de São Paulo.
“Estamos performando super em em São Paulo. É um ambiente bem competitivo. Quem sabe podemos explorar melhor algo no interior do Estado”, diz o CFO.
“Mas não seria para 2025, é algo de longo prazo”, explica na sequência.
Investimento de R$ 160 milhões da Panvel (PNVL3) em 2025
A primeira etapa do montante previsto de R$ 160 milhões de capex da Panvel (PNVL3) é, justamente, o segmento imobiliário.
Assim, a partir de 2025, a farmacêutica deve inaugurar um novo modelo de lojas além do formato padrão que hoje atende classes A, B e C.
“Vamos abrir modelos de lojas da Panvel premium, com design bem diferente”, revela Antônio Napp. Esses novos pontos de venda devem ser usados para a testagem de novos materiais de estrutura da loja, novos mobiliários e tecnologia de atendimento ao cliente.
“É para não queimar caixa de uma vez só. Testamos e, depois, multiplicamos e replicamos novidades que deram certo.”
“O setor de varejo em saúde é um dos melhores para se ter negócios no Brasil.”
O custo médio de abertura de loja da Panvel (PNVL3) varia de R$ 1,5 milhão a R$ 2,5 milhão.
Além disso, a rede está investindo pesado em IA para atendimento do cliente. Mais recentemente, a rede inaugurou a Sofia, assistente virtual de atendimento no aplicativo. Outra via de tecnologia explorada pela rede é o checkout por totem.
“Queremos deixar a loja cada vez mais digital. Estamos também investindo no Panvel Ads, que distribui mídia pelas lojas. Tudo para que nossos pontos se comuniquem melhor com o celular dos clientes.”
Com o envelhecimento da população brasileira – dados do IBGE apontam que um em cada dez brasileiros têm 65 anos ou mais –, a Panvel se vê no futuro como um one stop shop de saúde.
A rede espera juntar a prestação de serviços, como testes de covid-19 e vacinação, com a realização de consultas e “primeiro atendimento” de pacientes antes da chegada ao hospital. Esse sonho é mais de longo prazo, diz o CFO.
“A população está envelhecendo e nós queremos ser o ponto que o cliente pode buscar. Estamos nos preparando para ser ponto de contato de paciente em seu primeiro atendimento.”
“Quem sabe, no futuro, ser referência na busca de serviços e consultas mais simples. É um caminho sem volta.”
Assim, o lema dentro da Panvel (PNVL3) é de que a rede quer “fazer parte da rotina de saúde” dos brasileiros.
Não à toa, a venda total de medicamentos subiu 20% no último trimestre enquanto a venda de remédios com marca teve alta para além deste patamar. A rede vem focando em atender pacientes com doenças crônicas.
Para manter esse cliente comprando na Pavel, o CFO espera usar tecnologia e cruzar dados para oferecer descontos nos medicamentos para tratamento de doenças crônicas.
Em 2024, as ações da Panvel (PNVL3) acumulam queda de 26%, depois de baterem a máxima de R$ 13 no início do ano.
Fonte: Inteligência Financeira