Por Victoria Netto | As lojas físicas devem continuar existindo, mas com uma abordagem diferente daquela que era implementada no passado, afirmou hoje (4) na presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, no “II Fórum Rio Empreendedor: Um tributo a Mauá”, no Rio.
“As pessoas me perguntam se as lojas físicas vão acabar. Bom, se acabassem, não teríamos quase 1,3 mil lojas. Acabamos de alugar o prédio da antiga Livraria Cultura, em São Paulo. Mas a loja física mudou de lugar, hoje é o digital com loja física e calor humano. Ela tem que ser transformada profundamente, não é a mesma coisa”, disse.
Em meados de agosto, a rede varejista anunciou que alugou o espaço onde ficava a megaloja da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo. A companhia ainda não informou a data para o início das operações.
De acordo com Trajano, a nova loja irá preservar os espaços históricos e culturais do local, como o teatro Eva Hertz, instalado nas dependências da loja.
Quando o anúncio foi feito, o diretor-presidente do Magalu, Frederico Trajano, afirmou que a intenção é criar uma “loja conceito”, com produtos de todas as marcas do grupo, incluindo Netshoes, KaBuM! e Época Cosméticos.
A loja seguirá o modelo de negócio de “multicanalidade do Magalu”. A proposta é que os clientes possam encontrar ofertas e serviços como retirada na loja, enquanto os vendedores parceiros contarão com o espaço como “mais um ponto de entrega de itens vendidos no marketplace”.
“O propósito da nossa empresa é a nossa espinha dorsal. Fomos a primeira empresa a criar o [eixo] digital, a maioria dos nossos concorrentes já nasceram nesse ambiente, como Amazon e Alibaba”, disse Luiza Trajano.
Ela reforçou ainda que é necessário ter capacidade de adaptação se a empresa quiser perdurar. Para isso, é fundamental entender a dinâmica do varejo no mundo online. “O digital não é moda, é uma cultura”, destacou.
Trajano citou como um exemplo bem-sucedido da digitalização do Magalu a assistente virtual Lu, que personifica a rede varejista e hoje tem o status de influenciadora digital — inclusive, fechando parcerias pagas com outras marcas.
A estratégia de humanização do Magalu criou tamanho vínculo e empatia com a audiência, que hoje a assistente se tornou “mais influente que a Barbie”, afirmou Trajano.
A executiva observou ainda que a Lu já foi capa de revista, participou de performances com artistas famosos e ganhou diversos prêmios – entre eles, o Leão de Ouro no Festival de Cannes, maior premiação de publicidade.
Fonte: Valor Econômico