Por Redação | O varejo lista entre 12 setores da economia brasileira sob risco financeiro e operacional, em razão de fatores já existentes ou emergentes, que podem elevar o preço de um produto ou serviço, reduzindo a lucratividade. O estudo foi realizado pela KPMG com o objetivo de ajudar as organizações no alinhamento dos perfis de riscos com empresas similares por setor e promover a avaliação e a gestão dos problemas com alto potencial para o segmento.
Segundo o estudo, os principais riscos para o varejo são os seguintes:
- Lucratividade e liquidez: empresas varejistas utilizando cada vez mais o comércio eletrônico para vender produtos em promoção ou com descontos; desafios maiores em relação ao desempenho do negócio em gerar o fluxo de caixa esperado.
- Estratégia: adoção de novos modelos de negócio; o comércio eletrônico, os marketplaces e a conversão de lojas com foco em desconto impactam a visão tradicional dos varejistas; investimentos em robôs e automações.
- Produção e operação: risco resultante da interrupção de atividade causada por sindicatos, greves e paralisações; qualidade e segurança dos produtos e riscos de quebra de estoque.
- Cliente: as taxas de devolução de produtos nas compras feitas online são mais frequentes do que em lojas físicas, além de maior incidência de fraudes; declínio dos gastos dos consumidores.
- Conformidade: restrições sobre as condições comerciais, políticas e de distribuição do País; novas relações comerciais; mudanças em regulamentações, reforma tributária.
- Reputação e ética: ameaças associadas à manutenção de altos níveis de qualidade de produtos e serviços; aumento dos riscos reputacionais devido às redes sociais e à internet.
- Crescimento e concorrência: aumento das pressões para atender à demanda e às tendências dos clientes; competição globalizada e diversificação das ofertas de serviços.
- Saúde, segurança e meio ambiente: mudanças climáticas e desastres naturais; incapacidade de alcançar as metas ESG nos três pilares; pressão para atender às normas de segurança.
- Tecnologia: aumento de ataques e ameaças cibernéticos; a adoção de tecnologias digitais requer novas habilidades e funcionários cada vez mais capacitados, com necessidade constante de reciclagem e atualização tecnológica.
- Sociedade e pessoas: o êxito da organização depende dos esforços contínuos dos principais colaboradores; responder às necessidades dos clientes, considerando as diferenças de expectativas que cada geração apresenta.
“As organizações que utilizam a gestão de riscos corporativos com o objetivo de identificar, avaliar, monitorar e priorizar as ameaças que possam comprometer a lucratividade estão adotando medidas de prevenção de crises para empresas, colaboradores e partes envolvidas. Diante desse cenário, o levantamento destaca a importância de ter uma visão voltada para o futuro e investir em tendências inovadoras para cada setor”, analisa Fernando Lage, sócio-líder de governança, risco e compliance da KPMG no Brasil.
Para Fernando Gambôa, sócio-líder para o setor de consumo e varejo da KPMG no Brasil, a gestão de riscos corporativos deve fazer parte do dia a dia dos varejistas. “O segmento é muito dinâmico, com um histórico de forte concorrência entre os participantes e com clientes cada vez mais exigentes, uma vez que temos um ambiente onde gerações muito diferentes convivem e esperam que suas expectativas sejam atendidas e até superadas”, complementa o executivo.
Fonte: Mercado e Consumo