Por Moacir Drska | Depois de adiar por duas vezes a apresentação dos balanços de 2023 e do primeiro trimestre de 2024, a Americanas, em recuperação judicial, divulgou alguns indicadores preliminares desses dois períodos na manhã de terça-feira, 11 de junho.
Em fato relevante, a varejista afirma que está “antecipando” dados financeiros gerenciais com o objetivo de manter o mercado informado. Os indicadores não são, porém, auditados e a empresa não publicou as informações comparativas dos intervalos anteriores.
Segundo o documento, a Americanas registrou um Ebitda ajustado negativo em R$ 1,62 bilhão em 2023. Um ano antes, a companhia havia reportado um Ebitda ajustado negativo em R$ 2,92 bilhões. No primeiro trimestre de 2024, essa linha ficou positiva em R$ 284 milhões.
A linha em questão exclui despesas relativas à recuperação judicial e investigação, impairment, baixas de ativos e descontos em contingências e em fornecedores por conta da aprovação do programa de recuperação judicial.
Já a receita líquida de 2023 ficou em R$ 14,94 bilhões. Na comparação com a cifra divulgada em 2022, de R$ 25,81 bilhões, a queda observada foi de 42%. Entre janeiro e março deste ano, por sua vez, a receita líquida foi de R$ 3,75 bilhões, alta anual de 3,6%.
Fique Por Dentro
A receita líquida em 2023 foi de R$ 14,94 bilhões
O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 1,62 bilhão no ano
O lucro bruto recuou 12% em 2023, para R$ 4,38 bilhões
No ano passado, a Americanas registrou um lucro bruto de R$ 4,38 bilhões, o que representou uma queda de 12% sobre os R$ 5,02 bilhões reportados no exercício de 2022. No primeiro trimestre, essa linha ficou em R$ 1,26 bilhão, contra R$ 1,27 bilhão, um ano antes.
De acordo com a empresa, a queda na receita líquida de 2023 foi um reflexo da estratégia adotada de redução do varejo digital no período, em particular, da plataforma própria de e-commerce da companhia (1P).
A companhia ressaltou, porém, uma melhora gradual a partir do segundo trimestre de 2023, em função da normalização do fornecimento de produtos, da mudança no sortimento e do aperfeiçoamento da precificação, tendências que, segundo a rede, se mantiveram e foram amplificadas em 2024.
A Americanas também destacou que houve uma melhora na margem bruta nos dois períodos, sem citar dados consolidados. Essa linha teria sido impactada positivamente por fatores como os resultados obtidos na Páscoa e pela recuperação de verbas com fornecedores.
Em linha com o fato relevante divulgado no último dia 23 de maio, a empresa voltou a observar que aguarda a conclusão do relatório final de investigação do Comitê Independente para divulgar os balanços completos dos dois períodos devidamente auditados.
Por volta de 10h30, as ações AMER3 da Americanas estavam sendo negociadas com alta de 2,94%, cotadas a R$ 0,35. A companhia está avaliada em R$ 315,8 milhões e seus papéis acumulam uma queda de 61,5% em 2024.
Fonte: Neofeed