Por Mariana Barbosa | Maior grupo farmacêutico do país, a RD Saúde emplacou pela primeira vez as suas duas bandeiras — Drogasil e Raia — no ranking Interbrand das 25 marcas mais valiosas do país, valendo R$ 1,3 bi e R$ 1 bi respectivamente. A Drogasil valorizou 20%, enquanto Raia fez a sua estreia no relatório.
O CEO Marcilio Pousada, que há mais de uma década lidera o grupo, diz que não houve maiores incrementos na verba de marketing e atribui a valorização à melhoria da experiência do consumidor nas lojas — e ao crescimento das compras por meio do aplicativo das marcas. — No celular, o aplicativo deixa a marca ainda mais perto do cliente — diz Pousada. Ele não revela a verba de marketing, mas diz que a alta no último ano foi de apenas 10%.
Hoje o canal digital representa quase 17% das vendas do grupo — era 1,5% em 2019. As entregas, que acontecem a partir das lojas, saíram de 35 mil ao mês em janeiro do ano passado para 45 mil por dia. Do total de interações pelos canais digitais, 75% são via app próprio, no qual o cliente tem acesso a promoções. A empresa, por sua vez, tem acesso a uma enxurrada de dados de hábitos de compra dos clientes e ainda aufere uma receita adicional de mídia com o RD Ads, permitindo que anunciantes destaquem seus produtos no ambiente do aplicativo de forma dirigida.
O crescimento dos canais digitais, contudo, não tiram o foco do varejo físico. A marca tem hoje 3.010 lojas — que funcionam como centros de distribuição para o digital — e tem como meta abrir mais 280 a 300 ao ano. O vetor de crescimento é o envelhecimento populacional, com 1 milhão de pessoas ultrapassando a marca dos 65 anos a cada ano. — O mercado de farmácias cresce de 3% a 4% acima da inflação. Se eu não mantiver esse ritmo de abertura de lojas, eu perco participação de mercado — diz.
O grupo tem 16% de market share em um país com 90 mil farmácias, das quais 10 mil são de grandes redes. — Nas cidades menores eu não consigo entrar. As pequenas sempre serão importantes — diz.
Hub de saúde
E é a relação de proximidade e confiança das pequenas farmácias com seu público que a RD quer resgatar com a estratégia de transformar as lojas em um local de atendimento primário de pouca complexidade, com serviços de vacina, testes rápidos e bioimpedância e outros. — O cliente que só quer medir a pressão não precisa ir ao Pronto Socorro. É bom para os hospitais e para o plano de saúde — diz Pousadas, que está em conversas para tentar convencer os planos a incluir o atendimento nas farmácias no rol de cobertura.
Fonte: O Globo