Por Redação | Apesar de uma ligeira desaceleração, as vendas nas farmácias brasileiras continuam a avançar. Essa realidade, no entanto, é bem divergente quando os números levam em conta os diferentes nichos do setor.
Nos últimos 12 meses até fevereiro de 2024, o varejo farmacêutico comercializou 195,2 bilhões de unidades, montante 3,4% acima do mesmo período anterior. Mas enquanto os indicadores da IQVIA sinalizam altas acima da média entre as redes e as representantes do associativismo e das franquias, as farmácias independentes veem o crescimento minguar.
Os pequenos PDVs somam 38,6 bilhões de unidades vendidas, número que ainda permite a esse segmento totalizar 20% do volume de transações. Porém, perderam o posto de vice-líder em vendas para as farmácias associativistas, que já estão mais de 2 bilhões à frente.
Vendas nas farmácias brasileiras por nicho
(em unidades e % – mar/23 a fev/24)
Um detalhe é que, em 2022, a distância a favor das independentes era de 3 bi. O incremento dessas varejistas nos 12 meses anteriores já havia sido tímido e limitou-se a 7,7%. Agora o ritmo desacelerou de vez, com “avanço” de 4,1%.
As redes de farmácias, por sua vez, avançaram dois dígitos no mesmo intervalo. Coube ao associatiismo e às franquias o maior índice de evolução.
Vendas nas farmácias ressaltam regionalização
Para especialstas, as vendas nas farmácias têm clara associação com os princípios de pulverização e atuação regional.
“O varejo farmacêutico, por essência, cresceu dessa maneira. Mas algumas dessas corporações iniciaram um intenso processo de consolidação a partir da abertura econômica nos anos 1990. O foco era a capilaridade e a solidez no estoque por meio de centros de distribuição próprios, enquanto as independentes ficaram pelo caminho”, contextualiza Douglas Wegner, professor da Dom Cabral.
As centrais de negócios associativistas e as franquias ganharam fôlego nessa esteira. Para Wegner, converter bandeira e aderir a esse modelo tornou-se uma alternativa quase inevitável para os pequenos PDVs, ao garantir acesso a compras conjuntas, maior escala de poder de barganha junto à indústria.
“Mas muito além das vantagens financeiras, é fundamental que as centrais acelerem o processo de digitalização para fazer frente aos grandes players, que rapidamente incorporaram as premissas de transformação digital”, finaliza.
Fonte: Panorama Farmacêutico