Por Stella Fontes | Dois ícones em seus mercados que basearam os negócios em tecnologia, Shein e iFood, veem a inteligência artificial como a próxima grande revolução, tão ou mais disruptiva quanto foi a criação da internet ou o lançamento dos computadores e dos smartphones, capaz de tornar o mundo mais eficiente e acelerar a inovação. “O mundo vai andar mais rápido”, disse o presidente do iFood e fundador da plataforma, Fabricio Bloisi. “Será a maior oportunidade de criação de valor na história humana”, avaliou Marcelo Claure, vice-presidente executivo global da Shein.
Bloisi e Claure participaram hoje de painéis da 10ª edição da Brazil Conference em Harvard e MIT, uma iniciativa da comunidade de estudantes brasileiros em universidades americanas.
Na avaliação do vice-presidente da Shein, enquanto a internet trouxe disrupção ao varejo via comércio e marketing, a inteligência artificial vai romper o modelo de negócio de toda indústria ao possibilitar redução de custos e ganho de eficiência, entre outros benefícios. ” A IA faz o que o navegador fez para a internet, quando levou o custo de informação para zero. O custo de criatividade e de resolução de problemas vai para zero [com a IA]”, comentou.
Para Bloisi, do iFood, há um novo ciclo se iniciando, com mais tecnologia e inovação, e a inteligência artificial é uma das facetas desse novo momento. O risco é, que mais uma vez, o Brasil fique atrás da onda. Em sua avaliação, o Brasil precisa surfar o próximo ciclo tecnológico, e a partir disso gerar e distribuir riqueza, assim como o iFood precisa ser uma empresa que inova o tempo todo. “É uma condição para existir”, afirmou.
Perto de atingir a marca de 100 milhões de pedidos por mês, há pouco mais de um ano o iFood movimentava 0,5% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB) e a meta é chegar a 1%. Conforme Bloisi, muito estudo, trabalho e empoderamento de pessoas são ferramentas básicas para alcançar objetivos de negócio. “Como presidente, decido muito menos do que vocês imaginam […] eu empodero muita gente boa, que está se renovando o tempo todo”, contou. “Estou estudando porque quero continuar presidente do iFood e, sendo teórico, aprendo com os melhores sobre como manter a empresa crescendo”.
A repórter viajou a convite da Brazil Conference em Harvard e MIT
Fonte: Valor Econômico