Por Adriana Mattos | O comando da rede de varejo C&A disse nesta quinta-feira (29), em teleconferência com analistas, que o foco da empresa neste ano é aumento da venda por metro quadrado de suas lojas, na busca por aumentar produtividade nas unidades. A companhia tinha 334 unidades em dezembro.
Como o Valor publicou na semana passada, a direção informou à reportagem que não deve acelerar consideravelmente aberturas neste ano, por conta dessa estratégia de tirar mais resultado dos pontos já abertos.
Sobre investimentos em 2024, a expectativa é “extrair benefícios de investimentos feitos nos últimos anos”, disse Laurence Beltrão Gomes como vice-presidente de administração, finanças e de relações com investidores. “Haverá mais investimentos em tecnologia e teremos capex maior em 2023, mais ainda dentro de média, excluindo 2021 [afetado pela pandemia]. É um capex moderado”.
A respeito do desempenho neste início de ano, janeiro e fevereiro estão ligeiramente acima do previsto pela varejista, em termos de vendas, mas março é “muito importante no primeiro trimestre” pela mudança de temperatura é entrada de nova coleção, então, é preciso aguardar, disse Paulo Correa, CEO do grupo.
Segundo ele, em 2024, o recuo da taxa de juros e efeitos das medidas tomadas pela empresa nos últimos anos, que já levaram ao crescimento em 2023, devem ser decisivos no resultado do ano.
No outubro a dezembro de 2023, as vendas líquidas subiram 17,7%, para R$ 2,3 bilhões. A margem bruta foi de 51,7% para 53,3%. O lucro líquido caiu 21%, para R$ 169 milhões, afetado por despesas operacionais subindo mais que as vendas (por conta de perdas em crédito) e resultado financeiro também pior.
Apesar do resultado final menor, o comando da C&A ressaltou os aspectos positivos dos números. Correa disse que o aumento de vendas levou a uma melhora de lucro bruto e alta na margem.
A boa performance de coleção alto verão, reposição eficiente e maior demanda em pontos para classes A e B puxaram venda — a demanda mais forte dessa classe refletiu o mais poder de compra, disse o executivo.
Segundo o grupo, o volume vendido sustentou a venda, e não uma alta no preço médio no quarto trimestre, mas reforçou que não houve uma ação proposital nesse sentido da empresa, ou seja, a companhia não mexeu em preços. O volume maior refletiu mudanças no “mix” vendido, explicou.
O presidente diz que a ideia é crescer volume e preço de forma equilibrada, apesar desse cenário de 2023.
A C&A ainda disse que já capturou boa parte das mudanças estratégicas que fez nos indicadores rentabilidade, mas há algo a mais a crescer em margem ainda, disse o diretor financeiro.
Correa ainda mencionou as diferenças de impostos de redes nacionais e plataformas estrangeiras. Afirmou que essa falta de isonomia na competição é algo instável a médio e longo prazo, porém disse que dados internos indicam que venda de estrangeiros teve leve recuo.
Fonte: Valor Econômico