Por Ana Luiza de Carvalho | A marca de roupa íntima feminina Loungerie deverá expandir a rede de lojas físicas e diversificar o portfólio de produtos no comércio eletrônico em 2024. Em um segmento pulverizado, a varejista aposta no marketplace The Lounge, que inclui beleza e maquiagem e produtos eróticos.
“O nosso foco [de expansão] será franquias, o que não significa que não vamos investir em lojas próprias”, disse Eduardo Costa, CEO da companhia. Com 100 lojas em todo país, ela pretende inaugurar 80 unidades em dois anos.
Terceira maior marca em participação de mercado nesse segmento, a Loungerie, com 2,1%, concorre com a DeMillus, líder com 6%, e Marisa com pouco mais de 3%, de acordo com levantamento da consultoria Euromonitor.
Neste ano, a companhia deve encerrar com receita de R$ 362 milhões, alta de 7,3% em relação a 2022. Não está nos planos crescer por meio de aquisições, mesmo em um setor muito pulverizado. “Não desconsideramos [realizar aquisição] se tiver alguma oportunidade, mas fazer crescimento inorgânico para ampliar participação de mercado não é prioridade. Temos a oportunidade de crescer na nossa própria marca”, disse. Para 2024, os investimentos em marketing devem subir 20% ante aportes de R$ 11 milhões deste ano.
A Loungerie teve de rever as expectativas positivas para 2023, diante das incertezas do mercado. Segundo Costa, os primeiros meses do ano foram marcados por desempenho abaixo das estimativas para todo o varejo. No entanto, a previsão é de que o último trimestre deve registrar maior vendas e compensar parcialmente a baixa performance do início do ano. Em relação ao fim de 2022, a projeção é de alta de vendas de 10,8%.
A companhia acaba de adicionar ao portfólio o modelo de loja chamado Box, com área de aproximadamente 40 metros quadrados e estoque enxuto. As lojas trabalha com cerca de 65% do catálogo, enquanto as clientes podem adquirir itens dos 35% restantes nas próprias lojas de maneira virtual.
Um dos diferenciais ante as concorrentes, segundo o executivo, é o atendimento personalizado com a padronização de medidas das clientes para facilitar a indicação de itens, além da realização de eventos como o pré-nupcial “Chá de Lingerie” para as futuras noivas.
Enquanto metade da produção é importada, outros 50% são fabricados no Brasil por meio de 70 parceiros. Um dos produtos importados é o bojo de sutiãs, cuja fabricação é realizada em países asiáticos como China, Vietnã e Paquistão, além de Estados Unidos. A companhia também é representante brasileira da marca japonesa Wacoal.
Além de atuar como revendedora de outras marcas no Brasil, a Loungerie diversificou com o lançamento do The Lounge, que inclui produtos eróticos e itens de beleza e maquiagem. “A expansão para além da moda íntima nos leva para patamar diferenciado. A ideia é ser a marca da indulgência feminina, falando com o autoconhecimento e o prazer próprio”, diz Patrícia Elias, diretora de marketing.
Fonte: Valor Econômico