Por Bianca Alvarenga | Nos últimos anos, o varejo tem se mostrado resiliente em um cenário de constantes mudanças. Impulsionado por inovações tecnológicas, os consumidores responderam com novos hábitos de compra. Se antes existia uma desconfiança em fazer compras online, hoje, para muitos é a nova opção de consumo para produtos e serviços. O crescente avanço do comércio eletrônico, redes sociais e WhatsApp tornaram-se essenciais na jornada de compra do cliente, mostrando que será cada vez mais tendência no futuro do varejo.
Esses novos hábitos de consumo de compra foram constatados no estudo recente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) que ouviu 1000 pessoas de diferentes estados do Brasil na faixa etária de 18 a 65 anos. O estudo mostra que com a ascensão do home office, o investimento em canais digitais e o acompanhamento do comportamento digital e omnichannel dos clientes, a transformação digital deixou de ser uma alternativa para as lojas físicas e passou a ser uma realidade para a sobrevivência do mercado varejista.
Praticidade: a vantagem inegável das compras online
A possibilidade de encontrar preços mais baixos é uma das principais motivações para 71% dos consumidores que optam por entrar em uma jornada de compra online. Além dos preços mais atrativos, já que muitas vezes o e-commerce é mais barato em comparação com lojas físicas, outro fator determinante que o consumidor leva em conta na hora de comprar online é a praticidade de não ter que se deslocar, além disso, a variedade de opções disponíveis e a agilidade nas compras torna-se irresistível.
Se comparado ao hábito de compras em lojas físicas, a disparidade é grande. Ainda, de acordo com a pesquisa 74% dos consumidores preferem fazer compras pela internet enquanto apenas 26% ainda optam por comprar em lojas físicas.
Isso não significa que as lojas físicas estejam fadadas à extinção. Além de algumas dúvidas se o e-commerce é seguro, muitos consumidores ainda apreciam a experiência de compra presencial e a possibilidade de ver e tocar os produtos antes de adquiri-los. No entanto, as lojas físicas estão cada vez mais adotando estratégias omnicanal, combinando suas operações físicas com presença online para atender às demandas de um consumidor cada vez mais conectado, que quer um atendimento digital e personalizado.
A preferência por lojas físicas é sensorial
Prova disso, é que ainda existe uma parcela significativa de consumidores que ainda preferem testar e experimentar o produto. A pesquisa também mostrou que uma das principais razões que impulsionam os consumidores a optar por lojas físicas é sensorial: a possibilidade de tocar, sentir, experimentar os produtos. Para muitos saber o que estão comprando e o não precisar pagar por um frete ou não ter que esperar pelo produto é fator decisivo ao realizar compras.
A preferência por compras em lojas físicas varia de acordo com as categorias de produtos. Supermercados, medicamentos, materiais de construção, produtos de cosméticos e higiene, produtos para animais de estimação e produtos infantis são categorias em que a maioria dos consumidores prefere fazer compras em lojas físicas. Isso pode ser atribuído à natureza imediata e tangível desses produtos, bem como à necessidade de selecionar itens específicos de acordo com as preferências pessoais.
Nesse sentido, será cada vez mais importante que os varejistas entendam e valorizem essas preferências dos consumidores para fornecer experiências de compra que atendam às necessidades e desejos variados desses consumidores.
O home office e o favorecimento da jornada de compras online
Amados por uns e questionados por outros, o home office não só configurou uma nova forma de trabalho, como também, impactou e contribui para o aumento das compras online. Muitos consumidores aproveitam o estar em “home” para realizar suas compras pela internet. 53% desses consumidores afirmaram que se sentem mais à vontade para realizar compras enquanto estão trabalhando de casa.
No entanto, esse aumento nas compras online também trouxe desafios para as lojas físicas, que enfrentaram uma diminuição nas vendas. Muitos varejistas tiveram que compensar suas estratégias, investindo em experiências de compra diferenciadas e aproveitando a tecnologia para se adaptarem a essa nova realidade.
Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), ressalta a importância dessa transformação: “Em resumo, o modelo de trabalho em home office pode ter um impacto significativo no comportamento de compra das pessoas, influenciando o que compram, onde compram e como gastam seu tempo e dinheiro. A interação entre o trabalho remoto e as compras é multifacetada e varia de acordo com as circunstâncias individuais e as preferências pessoais.”
O cenário atual mostra que o consumidor moderno valoriza a economia de tempo, a comodidade e a possibilidade de encontrar preços mais baixos, impulsionando assim o comércio eletrônico. As empresas que atendem a essas demandas estão se destacando e moldando o futuro do varejo.
Fonte: Consumidor Moderno