11/03/2015 às 05h00
Por João José Oliveira | De São Paulo
A Expedia, grupo de empresas de turismo online que teve receita de US$ 5,7 bilhões em 2014, pagou US$ 270 milhões por uma participação minoritária, inferior a 10%, da Decolar.com, companhia latinoamericana que comercializa passagens aéreas, diárias de hotéis e pacotes de viagens na Internet. O investimento de US $ 270 milhões será contabilizado como custo para a Expedia. Uma parte dos recursos irá para os donos da Decolar e outra para a empresa, disse o diretor da Expedia para a América do Sul, Rafael del Castillo. A Expedia ficará com menos de 10% do capital da Decolar. “A participação não dá direito a voto”, disse o diretor do Decolar, Alípio Manzano. “O importante é a parceria criada com esse negócio”, afirmou o executivo. Foi o segundo aporte feito pela Expedia em concorrente neste ano. No dia 12 de fevereiro, o grupo americano pagou US$ 1,3 bilhão pela Orbitz. A Expedia grupo dona da Hoteis.com e da Trivago entre outras empresas online de turismo vai poder oferecer em sua plataforma hotéis em 21 países onde o Decolar atua. O grupo latinoamericano, por sua vez, vai comercializar as redes hoteleiras do Expedia no mundo. “O inventário que eles têm na Ásia e Europa, por exemplo, demoraria anos para que nós pudéssemos oferecer”, disse Manzano, do Decolar, que gerou vendas de US$ 4 bilhões em 2013 último dado disponível. Nesse mesmo ano, a Expedia comercializou passagens, diárias e pacotes no valor de US$ 39,4 bilhões. A receita dessas companhias é gerada pelas taxas de comissão, que giram ao redor de 10% das vendas brutas feitas. O Decolar não revela quanto tem de receita. Mas diz que perto de 60% de sua demanda está no Brasil. O plano do Decolar é explorar a base de hotéis da Expedia para diminuir a dependência das vendas de passagens aéreas, que hoje respondem por cerca de 60% da operação da companhia, que vai usar parte dos US$ 270 milhões aportados pela Expedia em tecnologia e marketing. “Hoje, no Brasil, de cada 100 pessoas que viajam, apenas 20 concluem a compra pela internet. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 50%. Temos muito o que crescer”, disse Manzano. O executivo afirmou que as vendas neste ano estão crescendo, mas o ritmo poderia ser maior se não fosse a volatilidade cambial. “Atuamos em 21 países. Estamos acostumados a ter, sempre, alguma volatilidade cambial em algum mercado”, afirmou. Já a Expedia quer ampliar a oferta de hotéis localizados na América Latina para atender a demanda de clientes europeus, asiáticos e norte Em 2014, a Expedia ampliou em 60% as vendas no Brasil, mercado em que tem uma carteira de 4 mil hotéis e pousadas. Em entrevista ao Valor em setembro, o diretor da Expedia para América Latina, Rafael Castillo, disse que o inventário de hospedagem do grupo no Brasil era suficiente para atender à demanda. Na época, ele afirmou que o trabalho estava focado em “gerar receita nesses hotéis e aumentar o tráfego”. americanos.
Valor Econômico – SP