Por Redação | Movimentos como o crescimento das lojas de proximidade e dos e-commerces têm provocado adaptações no setor atacadista distribuidor, que busca acompanhar as tendências de mercado. Em entrevista exclusiva para o Jornal Giro News, Leonardo Miguel Severini, presidente da Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), revela que os varejistas independentes ficam no centro da estratégia do setor. “O pequeno varejo é o principal cliente do atacado distribuidor e mantemos um relacionamento muito próximo com o varejista independente. Esse apoio, que desde sempre foi oferecido por parte do atacado distribuidor e também da indústria, é, hoje em dia, ainda mais fundamental para que o varejo independente possa prosperar, especialmente diante da concorrência das lojas de pequeno formato das grandes redes varejistas.”
Digitalização do Atacado
Indo na direção dos e-commerces, a Abad já disponibiliza o Abastecebem, um marketplace que usa inteligência artificial, cloud computing e machine learning com o objetivo de promover negócios do setor. Para Severini, as tendências do futuro do atacado distribuidor começam na transformação digital, não apenas em canais de compras, como e-commerces e o conceito phygital, mas também trazendo recursos para aperfeiçoamento no atendimento, melhora nos processos internos e logísticos, além de colher dados mais precisos de mercado e tendências de consumo.
“Será necessário aprender a ser digital, mas sem abandonar as características que permitiram chegar até aqui. Surgem muitas tendências como o phygital, que tem sido bastante utilizado pelo consumidor final. Muitos varejistas também estão apostando na realidade virtual como forma de facilitar a escolha de produtos e criar uma experiência de compra imersiva. Temos visto o crescimento do live commerce, mas em termos de comércio B2B, acreditamos que o e-commerce ainda é um movimento que está se consolidando e tem bastante espaço para crescer e se aperfeiçoar”, afirma o presidente.
Reforma Tributária
Segundo a associação, o cenário político e econômico afeta o setor na medida em que compromete o nível de emprego, a renda e, consequentemente, o poder de compra do consumidor. Com a reforma tributária, o setor espera o ‘fim da guerra fiscal e a simplificação do sistema’ e, em relação ao texto que foi para o Senado, considera que há mais pontos positivos do que negativos. “Mas, ainda assim, nos manteremos vigilantes para acompanhar qualquer movimento que mude a interpretação da Câmara e, principalmente, que venha a aumentar a carga tributária”, completa Severini.
Perspectivas de Crescimento
O atacado distribuidor espera um crescimento de 3% a 5% no faturamento em termos reais em 2023. Já em termos nominais, a projeção é de alta de 7% a 9%. A expectativa positiva se dá a partir do reajuste real do salário mínimo e do Bolsa Família, injetados na economia, que também são direcionados para a compra de produtos alimentícios de primeira necessidade, onde os atacadistas e distribuidores mais atuam. No primeiro semestre, o setor registrou crescimento de 17,5%.
Fonte: GiroNews