Por Maria Luíza Filgueiras
Dois anos e meio após comprar o controle da Kopenhagen, a Advent pode já estar perto de vender o negócio. O banco Goldman Sachs tem conduzido conversas com potenciais compradores, apurou o Pipeline. As tratativas são especificamente com multinacionais de alimentos neste momento, de acordo com quatro fontes.
A possibilidade de saída do fundo agora chama atenção pelo prazo relativamente curto de permanência para a média de private equity, mas a motivação destoa da desaceleração econômica causada pelos juros no último ano. Duas das fontes comentam que o negócio teve crescimento acelerado, o que justificaria uma antecipação dos planos. A Kopenhagen soma R$ 250 milhões de Ebitda, conforme um executivo que acessou os números, o que significa que a companhia dobrou o resultado operacional desde a entrada do private equity, ao final de 2020.
O Pipeline apurou que a Advent não tem pressa para sair, mas decidiu organizar um processo para avaliar suas opções diante da abordagem de estratégicos interessados na Kopenhagen. O mandato do Goldman inclui avaliar outras alternativas, como um IPO – se a melhora recente no humor do mercado se estender e o clima no Congresso ajudar, há expectativa de retomada de listagens no fim do ano e início do próximo. O processo de M&A, no entanto, tem se mostrado competitivo e incluiria a totalidade da companhia.
Depois da injeção de caixa feita pelo fundo em 2020, a Kopenhagen vem crescendo também com financiamento bancário para manter o ritmo de crescimento. Dona de clássicos como Nhá Benta, Língua de Gato e Chumbinho, a Kopenhagen une indústria e varejo, o que torna seu negócio mais complexo para um comprador de simplesmente uma marca, lembram as fontes.
“É uma marca mais forte e mais rentável do que outras de doces que estão em negociação no mercado hoje e deve tirar um pouco da atenção de outros processos, apesar de ser um negócio de patamar mais alto, segmento mais premium e com essa maior complexidade de operação”, diz um executivo que conhece bem o setor. A Advent tem cerca de 80% da Kopenhagen.
Procurados, Advent e Kopenhagen não comentaram até a publicação desta nota.
Fonte: Valor Econômico