Por Fernanda Guimarães e Monica Scaramuzzo | A varejista de móveis e artigos para decoração Tok&Stok está perto de fechar acordo com potencial de colocar um ponto final em sua crise financeira, apurou o Valor. Em conversa com seus credores, a companhia deverá assinar nas próximas semanas alongamento de toda a sua dívida e, em contrapartida, receberá uma capitalização de R$ 100 milhões do Carlyle, fundo de private equity no Brasil foi absorvido pela gestora SPX.
O Carlyle possui 60% da varejista, posição que pode aumentar se o aumento de capital diluir os demais acionistas, incluindo a família fundadora da Tok&Stok, a família Dubrule. Quando se tornou pública a crise financeira da companhia, havia uma expectativa no mercado de que os fundadores também colocassem recursos para reerguer a varejista.
A Alvarez & Marsal foi contratada em fevereiro para ajudá-la a renegociar suas dívidas. O escritório de advocacia Felsberg, especializado em reestruturação, também está atuando no caso.
A companhia possui dívidas na casa de R$ 600 milhões e a Alvarez & Marsal tem sentado com os bancos credores para buscar uma saída. “Os bancos devem alongar com apoio dos bancos e fazer algum aporte para sanear a companhia”, disse uma fonte ligada a um dos credores, que pediu anonimato dado que as negociações não são públicas.
A empresa passou os últimos meses ajustando sua operação, fechando, por exemplo, lojas deficitárias. Ainda no início do ano, chegou a manter tratativas com a Mobly, empresa listada do mesmo setor, mas as negociações não evoluíram.
Em 2020, a Tok&Stok chegou a fazer um pedido para realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), alegando que utilizaria o dinheiro para expansão, transformação digital e para melhorar sua estrutura de capital. A companhia buscava se aproveitar de uma enorme onda de liquidez no mercado financeiro, com recursos que foram injetados nas economias pelos Bancos Centrais por conta da covid-19 e pelo cenário de juro baixo. No entanto, a oferta, assim com uma serie de outras em 2021, morreu na praia.
A Mobly, que atua no mesmo segmento mas com uma operação mais digital, teve sucesso na empreitada do IPO, mas observa forte queda de suas ações na bolsa até aqui.
Procurada, a Tok&Stok não vai comentar o assunto. Alvarez & Marsal e da SPX não retornaram os pedidos de entrevista.
Fonte: Valor Econômico