Por Daniela Braun
A gestão do caixa e a melhoria da produtividade dos ativos atuais (lojas, vendas on-line e serviços financeiros) seguem no foco da varejista de moda C&A para 2023.
“Entendemos que o momento macro é muito instável porem estamos trabalhando de forma consistente com nosso plano estratégico”, disse nesta quinta-feira (02) Paulo Correa, diretor-presidente da C&A, em conferência com analistas sobre o balanço da empresa no quarto trimestre de 2022.
“Estamos trabalhando de maneira muito pragmática na gestão do caixa (…) buscando otimizar os recursos possíveis e maximizar a captura de resultados”, ressaltou o executivo.
A C&A encerrou 2022 com R$ 1,6 bilhão em caixa, sendo R$ 130 milhões em caixa livre e alavancagem de 0,9 vezes a dívida líquida em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
A empresa destacou o resultado do plano de proteção ao caixa anunciado no terceiro trimestre de 2022.
Desde então, entre as medidas adotadas pela C&A estão aumento na produtividade do espaço nas lojas físicas e a evolução das vendas on-line — o canal no WhatsApp representou 60% das vendas digitais no quarto trimestre —, melhoria no capital de giro — aumento de prazos de pagamento e de redução no ciclo de recebimento — e a redução no valor investido em cerca de metade do volume de 2021.
Correa disse que a empresa não tem perspectiva de fechamento de lojas e que a meta de abertura de 25 novas lojas por ano está mantida, mas não no curto prazo, por conta “do custo do dinheiro”.
A companhia encerrou 2022 com 332 lojas, sendo 17 abertas e quatro fechadas, além de dez lojas incluindo a marca esportiva ACE, que teve aumento de 23% nas vendas de produtos em relação ao quarto trimestre de 2021.
O diretor-presidente da C&A disse que 2023 começou em linha com o que a empresa já observava desde dezembro. Segundo ele, fevereiro tem uma “base de comparação mais dura” por conta do Carnaval, que foi mais animado este ano, gerando um movimento nas lojas mais fraco em relação ao feriado de 2022.
“As maiores oportunidades estão no segundo semestre”, frisou Correa. Ele lembrou, entretanto, que a queda de temperatura no inverno do segundo trimestre de 2022 foi decisiva para a demanda por vestuário, o que poderia se repetir este ano.
Ainda sobre a expectativa para 2023, Correa disse que o foco segue “na dimensão do resultado financeiro e progressão do caixa como prioridade dado o contexto e o custo do dinheiro e dos juros nesse momento no país”.
Ele destacou ainda que a melhoria operacional “veio para ficar” e que o escopo de tecnologia tem um papel fundamental neste sentido. “Despesas vão ter contínuo monitoramento e atenção”, frisou.
Fonte: Valor Econômico