Por Henrique Medeiros
A Abecs prevê que as compras por aproximação devem representar 60% do total das compras presenciais com cartões em 2023. De acordo com resultado divulgado nesta quinta-feira, 16, o contactless representou 40,5% das transações no varejo físico em 2022, com 11,1 bilhões de transações, quase o triplo de 2021, quando as operações chegaram a 4 bilhões. Os números foram apresentados nesta quinta-feira, 16, em conversa com jornalistas.
Na média, os consumidores brasileiros fizeram mais de 30 milhões de transações sem contato por dia no último ano.
Ainda assim, o percentual ficou abaixo do esperado. A Abecs estimava que as compras por aproximação no varejo físico chegariam a 50% ainda em 2022. Rogério Panca, presidente da Abecs, apontou dois motivos para o resultado ter ficado 10 pontos percentuais abaixo:
- A base de cartões com NFC ainda não estava completamente disseminada por alguns emissores;
- A falta de chips entre 2021 e 2022 também impactou a emissão de cartões com a tecnologia NFC.
“Em um cenário de falta de chips, as emissões (de cartões) atrasaram. Como isso se regularizou no segundo semestre de 2022, a Abecs acredita que o pagamento por aproximação deve chegar a 60% do total das compras presenciais em 2023. Estamos mais otimistas, pois a base está consolidada”, afirmou o executivo. “Em 2023, nós olhamos os pagamentos por aproximação avançando não só nos plásticos, mas nos devices também, pois têm proteção por biometria”, completou.
Valores
Em 2022, o pagamento por aproximação movimentou R$ 572,5 bilhões em valor transacionado, novamente, algo próximo do triplo (187%) do ano passado, quando somou R$ 200 bilhões. Vale dizer que este montante é o equivalente a 16% do total de transações com todos os tipos de cartões no último ano, que chegou a R$ 3,3 trilhões.
As compras com cartões de crédito usando a tecnologia contactless chegaram a R$ 316 bilhões, alta de 184,5% ano contra ano e o equivalente a 55% do total de operações nesta categoria. O cartão de débito registrou um crescimento de 168% com R$ 155 bilhões, 27% do total. E o pré-pago chegou a R$ 100,5 bilhões, 18% da fatia total em um aumento de mais que o triplo (238%).
Os tíquetes médios por categoria ficaram em: R$ 71 no crédito; R$ 43 no débito; e R$ 33 no pré-pago.
Golpes
Panca também afirmou que, ao contrário dos rumores de golpes com pagamentos por aproximação, a Abecs está bem segura com a tecnologia. O representante da associação de adquirentes e emissores explicou que nenhuma das fraudes recentes que estão sendo veiculadas foram comprovadas.
Um exemplo citado e que mais tem se proliferado às vésperas do Carnaval em grupos de aplicativos de mensagens seria um golpe em que o criminoso passa com maquininha de cartão perto de uma pessoa e realiza transações de pequeno valor (abaixo de R$ 200, pois não precisa de senha), isso apenas com o ato de encostar. Panca explicou que isso é quase improvável de acontecer pelos fatores de segurança.
Por outro lado, o executivo pede para os consumidores continuarem atentos ao valor que pagam em uma compra via NFC.
Fonte: Mobile Time