10/02/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
As exigências crescentes dos consumidores por serviços em lojas físicas e online vão exigir das redes varejistas investimentos fortes nos próximos anos. E, em meio a uma eventual recessão, a saída pode passar por fusões e aquisições. A avaliação é de Ricardo Neves, sócio e líder de varejo e consumo na PricewaterhouseCoopers (PwC Brasil). “Diante do cenário macroeconômico, a competição no varejo tende a se acirrar e as companhias terão de investir rapidamente para ganhar competitividade”, disse Neves. Os grupos de grande porte e as companhias internacionais terão mais fôlego, mas os varejistas de pequeno e médio portes que tiveram crescimento de vendas acima da média nos últimos anos podem ter de recorrer a fusões e aquisições para se manter no mercado. A PwC, afirmou Neves, recebeu mais consultas para avaliação de fusões e aquisições recentemente. Na visão do analista, a melhor maneira de ganhar competitividade neste ano é investir em serviços online. “Uma boa opção é investir em aplicativos para dispositivos móveis que podem atrair consumidores tanto para as lojas virtuais quanto para as lojas físicas”, afirmou. Segundo pesquisa sobre o varejo divulgada pela PwC, ontem, 86% dos consumidores informaram que pesquisaram produtos em lojas físicas e fizeram compras pela internet. E 78% dos consumidores fizeram o contrário: pesquisaram produtos na internet para comprar no varejo tradicional. O investimento em serviços online ou multicanais podem ser simples, como a oferta de conexão WiFi nas lojas, ou a instalação de quiosques na loja física para que o consumidor possa comprar online produtos que não estão disponíveis na loja. O levantamento da PwC revelou que as redes sociais têm papel relevante nas decisões de compra, tanto em lojas virtuais quanto em lojas físicas: 77% deles informaram que as informações obtidas nas redes sociais por meio de comentários de amigos ou nos perfis das varejistas tiveram impacto em suas decisões de compra. Entre as redes sociais mais usadas, 79% dos consumidores citaram o Facebook. Em seguida aparecem o Google Plus, citado por 47% dos participantes, YouTube (39%), Twitter (17%) e Instagram (14%). “Nas pesquisas anteriores, as redes sociais vinham crescendo em relevância. Mas esta é a primeira vez em que a maioria dos consumidores afirmou que as redes sociais têm impacto na decisão de compra”, disse Neves.
Valor Econômico – SP