Estudo mostra estratégias da Renner, C&A e Riachuelo com influenciadores e detalha minúcias de engajamento e aquisição de novos usuários
Por Luiza Vilela
Você sabe como as grandes marcas de roupas vendem aqui no Brasil? São muitas as estratégias de marketing, mas boa parte delas — pelo menos as três principais lojas de departamento, Renner, Riachuelo e C&A — utiliza a estratégia de contato com influenciadores para aumentar o alcance e engajamento da marca com seus consumidores.
Esse uso de influenciadores no setor é um plano certeiro. Isso porque o mercado da moda é um dos que mais conta com a atuação do marketing de influência: de acordo com estudo da MindMiners, a categoria de produtos e serviços que as pessoas mais compram por indicação de influenciadores são desse setor (38%). E, assim, a estratégia por trás da escolha de cada profissional visa atender um tipo de público específico.
Para se ter ideia, a Renner, Riachuelo e C&A apresentam um crescimento contínuo no Instagram por meio do uso de influenciadores, seja na própria plataforma ou na de terceiros. E para entender melhor como essas lojas trabalham com influenciadores, a Analytics da Buzzmonitor separou um estudo de um mês de análise dessas três grandes marcas e mostrou algumas estratégias interessantes. Confira:
Micro e macro influenciadores que levaram
a Renner ao topo de seguidores
Ao longo do mês de maio, conforme aponta o estudo, a Renner conquistou mais de 72,5 mil novos seguidores, a marca que, entre as três pesquisadas, foi a que desempenhou melhor na aquisição de novos usuários. O crescimento em números totais foi mais que o dobro da Riachuelo e C&A.
O motivo para isso, aposta o levantamento, são as apostas em micro e macro influenciadores. Oito dos 10 posts com maior engajamento e interação no perfil da Renner foram feitos em parceira com influenciadores digital, boa parte composta por vídeos, sem muitas mudanças: modelos e os looks da marca.
A estratégia da marca que gerou essas interações foi a própria Renner publicar esses conteúdos, marcando os influenciadores contratados. Os que performaram melhor, vale ressaltar, foram contas com 10 a 100 mil seguidores, assim como os gigantes com 100 mil a 1 milhão.
Mas ter seguidores não é tudo: a marca apresentou uma queda de 46,3% de engajamento nesse período. E essa tão importante métrica eventualmente cobra seu preço.
Engajamento como estratégia principal da Riachuelo
Diferente da Renner, a Riachuelo fez uma aposta grande para aumentar o engajamento com seus usuários por meio das redes sociais. O estudo da Buzzmonitor mostra que a marca foi a que menos ganhou seguidores em maio, junho e julho deste ano, mas, em compensação, apresentou o melhor engajamento médio com seus consumidores.
Boa parte do conteúdo de social media publicado no Instagram da marca foi de conteúdos orgânicos nesse período (128 posts), divididos entre 90 fotos e 38 vídeos — o que a consagrou, entre as três, como a empresa que mais investiu no audiovisual.
A collab com a Approve Yourself, marca do influenciador Leo Picon, foi a estratégia que mais gerou engajamento nas redes para a Riachuelo. O lançamento da linha contou com a presença de outros influenciadores digitais, o que deixou uma boa marca nas redes de vários perfis importantes — a presença da irmã, Jade Picon, ex-BBB trouxe à marca mais interações.
Assim, nota-se que a estratégia da marca foi apostar em eventos com mega influenciadores, todos com uma quantidade de seguidores acima dos 2 milhões, o que trouxe uma evidente mudança nos números da Riachuelo.
E quando pequenos empreendedores são os influenciadores?
Diferente das demais concorrentes, a C&A traçou uma estratégia diferente em suas redes sociais. Ao invés de influenciadores tradicionais, investiu em artistas independentes e outras marcas menores como meio de influência — uma maneira de, assim, também mostrar que apoia a cultura, arte e os pequenos empreendedores.
Por meio da coleção #CeATees, a marca usou de ilustradores e quadrinistas para divulgar o lançamento, vindos de várias regiões do Brasil, com foco no Norte e Nordeste. Durante os meses estudados pela Buzzmonitor, a C&A focou em falar sobre diversidade, com posts sobre diferentes looks em corpos diversos.
A maior parte do conteúdo veio em formato de fotos e as publicações marcavam os artistas e empreendedores envolvidos no processo de criação da linha de roupas.
O que aprender com tudo isso?
Nas redes sociais, não existe receita de bolo: a ideia é sempre entender melhor o que funciona cada público. Apesar de serem do mesmo setor — inclusive concorrentes —, as marcas têm, por natureza, uma série de diferenças. Entender bem o público das redes possibilita também criar ações de marketing mais assertivas.
Já sobre a estratégia de influenciadores, há uma série de pessoas disponíveis no mercado para ações específicas. Nem sempre o mega influenciador com 9 milhões de seguidores vai ter tanto engajamento quanto um micro influenciador, com seus 50 mil seguidores engajados. A regra é a mesma: primeiro estabelecer o objetivo, depois conhecer o público e, então, ir atrás do influenciador mais adequado.
Fonte: Consumidor Moderno