Em busca de minimizar o desperdício, a empresa traçou como uma de suas principais metas ser Aterro Zero até 2030 e, para isso, investiu no último ano em processos ecoeficientes e treinamentos
Por Fernanda Baldioti
O Grupo Soma lançou recentemente seu Relatório Integrado de 2021, trazendo pela primeira vez dados unificados com a Cia Hering. A gestão de sobras têxteis e resíduos recicláveis receberam destaque no pilar ambiental da agenda ESG. Em busca de minimizar o desperdício, a empresa traçou como uma de suas principais metas ser Aterro Zero até 2030 e, para isso, investiu no último ano em processos ecoeficientes e treinamentos para colaboradores. Somente em 2021, foram 3,6 mil toneladas de sobras têxteis reaproveitadas e 5,1 mil toneladas de resíduos encaminhados para reciclagem.
“Um dos maiores desafios da indústria da moda são os resíduos têxteis e, em relação a esse tema, as estratégias do Grupo foram diversificadas: reciclagem através da desfibragem de aparas do corte, doação para projetos sociais de impacto positivo, desenvolvimento de novas coleções a partir de upcycling com sobras, além da aposta no mercado de segunda mão”, conta Taciana Abreu, Head de Sustentabilidade. “Desta forma, conseguimos conciliar a gestão ambiental com impacto social positivo”, complementa.
A estratégia do Soma é a de promover a redução, o reuso, a reciclagem e a destinação dos produtos, suas embalagens e resíduos gerados em todo o processo pré e pós-consumo, de maneira sustentável, identificando, avaliando e desenvolvendo ações que melhorem a ecoeficiência dos processos.
Em 2021, mais da metade dos resíduos do Grupo foram destinados para reciclagem. Além disso, as sobras têxteis são entendidas como insumos para diferentes fins. Em 2021, 0,9 toneladas de tecido foram doados para a Fundação Herman Hering, 440 toneladas foram vendidas para empresas diversas e, 3.211,6 encaminhadas para a Eurofios, que desfibra e cria novas matérias-primas. Além dessa parceria, outras 8,3 toneladas foram desfibradas com o apoio da Fibrax e da Cocamar para gerar o fio dos produtos Reuse de Hering e Hering Kids. Essa iniciativa garante a diminuição de resíduos, do uso de água em sua produção e o reaproveitamento de fibras diversas, reforçando sua circularidade. O fio é gerado a partir dos retalhos crus da própria malharia da Hering. Estes resíduos são trabalhados para voltar ao estado de fibras, que geram uma nova malha. A linha Reuse era, antes, exclusiva de camisetas, mas foi ampliada em 2021. Desde então, traz vestidos, regatas no estilo muscle tee e bermudas, além de uma grande novidade: o tênis Reuse, feito de moletom desfibrado.
No mesmo conceito de economia circular, a FARM já lançou de 2017 a 2021, 8 coleções da linha Re-FARM. Foram produzidas, no total, 21.906 peças, em 112 modelagens diferentes, com 65 mil metros de tecido reutilizados.
A Animale Jeans também incorpora tecidos com fibras recicladas nas suas peças e provou que o reaproveitamento têxtil pode dar nova vida a uma coleção inteira de impacto positivo: 785 peças de jeans entre calças, saias, bermudas e jaquetas de coleções antigas, que estavam sem destinação foram transformadas em 7.040 pedaços de tecido, que formaram 40 colchas de patchwork. A coleção, limitada e marcada pelo dégradé de cores, teve 180 peças únicas e exclusivas, que foram distribuídas tanto para atacado quanto para lojas físicas e e-commerce da Animale.
Além do desenvolvimento de coleções feitas a partir de sobras têxteis, o Grupo Soma também apoia novos modelos de negócio de impacto que tenham como propósito prolongar o ciclo de vida das peças, como a parceria da Farm com o Enjoei e o projeto Animale Vintage.
Fonte: Fashion Network