A expectativa é que sejam mais vendidos ovos menores, caixas de bombons e barras de chocolate, produtos que oferecem preços mais acessíveis aos consumidore
Por Fábio Rodrigues Pozzebom
A atual condição da economia brasileira, já sinalizada para o varejo desde o último trimestre de 2021, com juros altos, inflação elevada e um ano de incertezas, coloca a maior parte da população brasileira em contenção de despesas. Neste contexto, para manter o espírito da Páscoa, a expectativa é que sejam mais vendidos ovos menores, caixas de bombons e barras de chocolate, produtos que oferecem preços mais acessíveis aos consumidores. Além disso, há oportunidades para as empresas desse segmento nas classes com maior poder aquisitivo, onde produtos premium têm boa aceitação e maior rentabilidade, com novos entrantes nesse mercado. Essa é a análise da KPMG para a Páscoa de 2022 no Brasil.
“Considerando que preço baixo será um dos principais direcionadores de compra na Páscoa, o ambiente digital deve ser bastante utilizado para procurar ofertas, promoções e oportunidades. Ele vem evoluindo com muita força nos últimos anos, inclusive em operações diretas da indústria para o consumidor. Aqueles que foram ágeis a atentos, farão bons negócios”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
O cenário atual do varejo e aspectos específicos desse segmento também devem contribuir para impulsionar o comércio eletrônico dos produtos, uma vez que, nesta situação, a logística de entrega é mais crítica. Não faz sentido receber os produtos depois da Páscoa e, em função da data, haverá mais pressão sobre a etapa final da entrega (last mile), que já está sendo bastante pressionada com o aumento dos custos dos combustíveis.
“No meio digital os consumidores também podem comprar de pequenos empreendedores, diversificando as opções e saindo um pouco das tradicionais marcas. Isso ajuda a movimentar a economia na base. Mesmo com os desafios atuais, a Páscoa é um momento único para celebrar e reunir as famílias que estão precisando de esperança e otimismo”, afirma Paulo Ferezin, sócio-líder do segmento de Varejo da KPMG no Brasil.
Pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS) releva que os produtos mais consumidos na Páscoa estão com os preços em desaceleração, com tendência de estabilidade ou leve queda, na comparação com o mesmo período do ano passado. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) relevam que o comércio deve faturar R$ 2,16 bilhões com a Páscoa de 2022. Considerando valores corrigidos pela inflação, é uma alta de 1,9% comparando com 2021, porém com volume movimentado ainda 5,7% abaixo do alcançado em 2019, quando atingiu R$ 2,29 bilhões.
Fonte: Gazeta Digital