As redes que integram o top 5 do varejo farmacêutico nacional correspondem a 33% do faturamento total do setor
Por Redação
Os “ovos” das farmácias brasileiras estão espalhados por várias cestas. O setor apresenta uma das menores concentrações de mercado entre os principais países da América. É o que apontam dados da IQVIA, baseados no faturamento dos cinco maiores grupos do setor em cada nação.
As redes que integram o top 5 do varejo farmacêutico nacional – Raia Drogasil; DPSP, Farmácias Pague Menos, Farmácias São João e Panvel – somam uma receita de R$ 47,2 bilhões, o que corresponde a 33% do faturamento total do setor. Considerando os sete maiores mercados farmacêuticos da região, o país ocupa a sexta posição (ver gráfico abaixo).
O panorama das farmácias dos Estados Unidos é bem distinto. CVS Health, Walgreens, Walmart, Rite Aid e Kroger detêm 81% de market share. Chile (72%), Canadá (71%) e Colômbia (61%) também se destacam pela elevada concentração. Já na Argentina, predominantemente formada por PDVs independentes, o market share das cinco maiores é de somente 12%.
Pequeno e médio varejo resiliente
A resiliência de redes regionais, associativistas e farmácias independentes ajuda a explicar esses números. Esse nicho representa 55% do faturamento do varejo farmacêutico. O índice está em linha com os dois anos anteriores, comprovando a persistência desse grupo de empresas no mercado nacional.
“Isso reflete um cenário estrutural do varejo brasileiro, muito calcado no regionalismo. Como cerca de 200 municípios do país concentram em torno de 80% do consumo nacional, a tendência é que as grandes redes foquem seus esforços nessas cidades e enfrentem mais dificuldades para ampliar sua capilaridade”, avalia Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail.
O especialista ainda lembra que o canal farma foi um dos últimos segmentos do varejo a ter redes efetivamente nacionais. “Em paralelo, o associativismo despontou como um contraponto às grandes, criando uma categoria promissora”, complementa.