Soma de todos os usuários ativos em apps dos principais varejistas era de 143,4 milhões em novembro, segundo relatório
Por Gabriela Cunha
Foi pelo toque na tela do celular e do tablet que os cinco maiores e-commerces em operação no Brasil viram o crescimento de visitas e procura por produtos em suas lojas próprias e parceiras ao longo deste ano. Em novembro, os aplicativos do Mercado Livre, Americanas, Magalu, Shopee e AliExpress foram a porta de entrada para potenciais 41% de consumidores. As visitas por esse meio somavam 33% em janeiro. O crescimento de 25% no uso dos apps indica que, cada vez mais, os sites perdem a preferência dos usuários.
Os dados do Relatório Setores do E-commerce apontam que o ano começou com 96 milhões de usuários ativos em cada um dos apps. Em novembro, o contingente à procura por produtos e serviços era de 143,4 milhões. (Veja a evolução das visitas).1 de 3 Visitas via apps — Foto: Relatório Setores do E-commerce no Brasil
Visitas via apps — Foto: Relatório Setores do E-commerce no Brasil
Em Novembro, 67% dos acessos a e-commerces foram feitos a partir de celular. Na hora de procurar por calçados, 78% preferiram fazer a busca via mobile, frente a 22% dos consumidores que usaram o computador para isso. No segmento casa e móveis, o distanciamento é parecido: 73% e 27% respectivamente. Ainda em relação à participação das visitas totais por dispositivo, as pesquisas de itens de comidas e bebidas também acontecem preferencialmente por aplicativo: 68% das vezes. Os gastos nesta categoria, inclusive, foram os que mais cresceram nos onze primeiros meses do ano, de acordo com um outro levantamento. (Entenda mais aqui)
Completam o ranking de cinco categorias mais procuradas via mobile, em novembro, os cosméticos e educação, livros e papelaria. “O uso de celulares para visitas em sites de comércio eletrônico é uma tendência cada vez mais forte, especialmente com a expansão da internet móvel e de alta velocidade para todos os brasileiros”, comenta Diego Ivo, presidente da Conversion.
O percentual de usuários únicos ativos mensalmente nos apps dos cincos maiores markteplaces cresceu 58% em 2021. Na disputa dos dez maiores e-commerces pela atenção do usuário, o Mercado Livre se destaca pelo domínio, independente do canal de visitas.2 de 3 Ranking dos 10 maiores e-commerces — Foto: Relatório Setores do E-commerce no Brasil
Ranking dos 10 maiores e-commerces — Foto: Relatório Setores do E-commerce no Brasil
Nestas lojas, os setores com maior crescimento na comparação entre outubro e novembro foram: calçados, jóias e relógios, cosméticos, calçados de esportes, eletrônicos e eletrodomésticos.
Desktop resiste em meio ao crescimento do comércio eletrônico
Apesar do cenário desafiador, o universo do comércio eletrônico cresceu nos onze primeiros meses do ano, de acordo com o estudo que compara os indicadores mensais de tráfego dos 500 maiores sites do Brasil, com um total de 18 categorias. Em novembro, foram mais de dois bilhões de acessos, um aumento de 17% em relação ao mês anterior (1,72 bi). Os destktops concentram só um terço do total de acessos no mês.
A preocupação com a navegabilidade e a chamada “experiência do usuário” pressiona as empresas por constantes melhorias em seus canais de venda. Não à toa os algoritmos são cada vez mais desenvolvidos para identificar padrões de consumo, sugerir produtos que possam interessar os usuários e facilitar, ao máximo, o trabalho do futuro comprador. Ainda assim, o velho hábito de digitar o endereço da loja no navegador do celular e do computador mantêm-se firme entre os brasileiros: 43% das visitas aos sites acontecem assim.
Outro dado interessante da pesquisa é sobre a parcela de busca de uma marca dentro da categoria de consumo em que ela atua. De maneira geral, os setores são dominados por um ou dois grupos. Para compras de produtos para o bem-estar animal, os tutores concentram suas buscas entre Petz (44%) e Cobasi (35%). Porém, o líder absoluto é a Loja do Mecânico, maior e-commerce de ferramentas e acessórios.
Fonte: Valor Investe